Um Policial Militar mandou email para NE Notícias manifestando a insatisfação, "minha e de meus colegas", com o tratamento que a categoria vem recebendo do governo do Estado.
Pedindo para não ser identificado, o militar diz que "a SSP insiste em continuar com o apartheid".
Veja o que diz o e-mail:
Repercutiu muito o texto de minha autoria e que foi publicado em seu site. Não esperava que tomasse a proporção que tomou pois foi compartilhado nas redes sociais por centenas de policiais e bombeiros militares.
Agradeço o apoio à nossa causa, pois a situação está insustentável.
Foi agendada reunião com o Comandante Geral da corporação, o coronel Iunes, e todas as associações de militares nesta quinta-feira, 29 de outubro, às 9 horas da manhã.
Toda a Polícia Militar sabe que o coronel Iunes e sua equipe elaboraram um projeto que visa o pagamento de subsídio aos nossos bravos militares. Inclusive, fez questão de discutir os valores abertamente com os presidentes de associação. Coisa nunca antes realizada.
Porém, alguns policiais civis já começaram a se mobilizar no sentido de minar o projeto da Polícia Militar. Para eles, se conseguirmos o subsídio haveria uma teórica demora no disparar do gatilho salarial da PCSE. Eles temem que se a Polícia Militar contar com uma nova proposta salarial, a deles demorará em ser efetivada.
Ora, meus amigos, não serão os policiais civis que pagarão nossos vencimentos reajustados, mas sim a sociedade sergipana. Porém, devido à histórica política de apartheid dentro da SSP/SE, os militares são tratados como cidadãos de segunda categoria, sem acesso a direitos trabalhistas básicos. É lamentável vermos em algumas delegacias do estado, policiais civis e militares trabalhando conjuntamente, mas com garantias laborais e vencimentais completamente discrepantes.
Jornalista, os policiais civis com a luta de seu sindicato, o SINPOL, conseguiram o nível superior para ingresso, carga horária definida, promoção automática prevista em lei e vencimentos pagos na modalidade subsídio tão logo o estado atinja o limite prudencial da LRF. Enquanto isso, nosso policial militar e bombeiro, dentro da mesma secretaria de segurança, recebe remuneração de um terço de um policial civil sem contar com as outras garantias já conquistadas pelos colegas da co-irmã.
Para aqueles que duvidam do discurso deste simples soldado, acessem o site da SEPLAG e confrontem o salário justo de um policial civil com o salário de um policial militar. Comparem, também, a folha de pagamento de toda a Polícia Civil com a do Corpo de Bombeiros Militar, que possui praticamente o mesmo efetivo. Vão lá, comparem e confirmem o que estou falando.
Caro Jornalista, você pode até imaginar um dia de greve de todos os professores, um dia de greve dos motoristas de ônibus, um dia de greve dos policiais civis (aconteceu recentemente)... Agora pare e pense o que aconteceria se os policiais militares parassem por um dia do jeito que a bandidagem está agindo em nosso estado e com as altas taxas de homicídios reinantes. Ou até mesmo fazendo a tão temida “greve branca”, de proporções incalculáveis... Já imaginou?
Todas, mas todas as categorias de servidores públicos estaduais fizeram greve recentemente, menos os militares. E não tanto pela preocupação com regulamentos da caserna, mas sim pela confiança depositada em seu comandante de que o projeto de subsídio e promoção automática para a Polícia Militar seria efetivado com a aprovação de lei específica.
Já aguardamos demais!
A depender do resultado da reunião de quinta-feira já há movimentações para que se deflagre um movimento de reação a esse tratamento diferenciado. A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe não pode ser confundida com a Polícia Civil. Basta!
O governador do Estado e o secretário Mendonça Prado precisam urgentemente se manifestar a respeito dessa situação e encaminhar o projeto da Polícia Militar o mais rápido possível para a Assembleia Legislativa. E não é tão somente para o bem dos militares estaduais, é para o bem da própria sociedade.
Fonte: NE Notícias
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