Silêncio de Mendonça Prado fere a sociedade sergipana.
Ontem, 24, o titular deste espaço ouviu de uma autoridade que nada acontecerá no caso do delegado que provocou o acidente na rodovia Melício Machado e que, segundo testemunhas, estava bêbado. E que a própria imprensa vai esquecer o caso e não vai cobrar mais nada. Sobrou para quem sofreu o acidente, principalmente a mulher que passou por uma intervenção cirúrgica.
Se depender deste espaço a cobrança continuará. Aliás, o silêncio do secretário Mendonça Prado é assustador. E fere mortalmente a sociedade sergipana.
Já o delegado-geral, Everton Santos, conseguiu aglutinar a revolta da sociedade com a declaração de que o delegado Fábio estava trabalhando e foi autorizado por ele a deixar o local do acidente.
Sem crucificação – E ontem também alguns membros da SSP começaram a usar o discurso de vitimologia para o delegado. Que ele está sendo crucificado e tudo mais. Não! A sociedade só quer que o caso fique na impunidade. Se ele tivesse com o veículo dele e deixasse o local do acidente, era grave, mas com um veículo locado pela SSP, é muito mais grave. É improbidade administrativa. Ou não?
PM não tem culpa – E pelas redes sociais e comentários aqui na Infonet, alguns colocaram a culpa na PM porque não fez bafômetro com o delegado. Como ? Se ele saiu antes de chegar a CPRV? Aliás, a equipe da CPRV está de parabéns porque não cedeu as pressões e cumpriu o que deveria fazer. Com certeza, se o delegado ficasse e estivesse realmente embriagado, como informa as testemunhas ele seria conduzido para a prisão. Seria um Deus nos acuda!
“Traquinagens dos meninos” – Bem escreveu ontem, o jornalista Diogénes Brayner no Fax Aju, apenas um parágrafo: “O delegado geral Everton Santos tem sido uma “mãe”, principalmente para delegados que praticam erros. Carinhoso, compreensivo, Everton comanda o grupo como se todos fossem “uns bons meninos que, de vez em quando, cometem traquinagens”. O policial, principalmente graduado, não tem direito de cometer delitos, por mais insignificantes que sejam, porque é dele a responsabilidade de prender aqueles que os praticam.”
A entrevista do chefe maior, Everton Santos, talvez seja mais grave do que o próprio delito causado pelo delegado infrator. Por mais corporativista que queira ser, foi de uma tremenda falta de respeito para com a sociedade. Em outros tempos, caro Mendonça Prado, o secretário teria uma posição firme. Mas pelo silêncio parece que Mendonça concorda com tudo que Everton Santos disse.
Então fica assim caro leitor: os meninos continuarão fazendo “traquinagens” por conta da degradação da SSP. Tudo com dinheiro público e respaldados pelos chefes de plantão.
De sexta-feira até ontem, cerca de 40 corpos no IML por suspeita de morte violenta
E só um dado: enquanto se preocupam em encobrir o errado, a SSP agoniza. De sexta-feira até ontem, cerca de 40 corpos no IML por suspeita de morte violenta. 23 por arma de fogo. É tempo de paz, mas se mata a tiro demais.
Fonte: Blog do jornalista Cláudio Nunes
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