terça-feira, 24 de novembro de 2015

O DELEGADO E A ODONTOFANTASY

Altino Fonseca usou as redes sociais, ontem, com ânsia para saber se existe Corregedoria da Polícia Civil de Sergipe. E aproveitou para relacionar fatos que justificam a pergunta, como: “policial civil agride casal de PMs e até agora não foi feito nada. Equipe do Gerb agride Policial Militar na Acadepol e até agora nada. Policial Civil denuncia delegado por estar com um funcionário fantasma na delegacia. O tal funcionário é a sogra dele e até agora nada”.

E continua: “agora a denúncia de um delegado que estava usando a viatura da Polícia para se divertir na Odontofantasy. Bateu em três carros, feriu uma jovem e fugiu sem prestar socorro. Vale perguntar se existe e para que serve a Corregedoria da Polícia Civil?”. De fato, esses delitos que são tratados com “carinho e proteção” pela cúpula da Policia Civil merecem as explicações que a sociedade cobra.

O delegado geral Everton Santos tem sido uma “mãe”, principalmente para delegados que praticam erros. Carinhoso, compreensivo, Everton comanda o grupo como se todos fossem “uns bons meninos que, de vez em quando, cometem traquinagens”. O policial, principalmente graduado, não tem direito de cometer delitos, por mais insignificantes que sejam, porque é dele a responsabilidade de prender aqueles que os praticam.

Fábio Santana foi o delegado que teoricamente se divertia na Odontofantasy e, embriagado, bateu em três carros e fugiu. Uma pergunta simples: qual a moral que terá o mesmo delegado para prender quem dirigir alcoolizado? O risível é que Everton Santos declarou que a SSP está pensando em arcar com os prejuízos. Quê SSP cara pálida? O delegado é que deveria ser detido, ter a carteira cassada e pagar todos os danos, inclusive os do carro da Polícia Civil.

O secretário da Segurança, Mendonça Prado, deve adotar providências. Espera-se que sim. Durante o Odontofantasy a Polícia montou um esquema de guerra para flagrar motoristas alcoolizados, que dirigiam após a festa. Prendeu gente, recolheu carteiras e rebocou carros. Nesse mesmo tempo, um delegado usando viatura da polícia, bate em três veículos, foge embriagado e a Polícia que prende, o esconde e protege.

Faz sentido isso Everton?

Sergipe passa por um momento muito difícil na área da segurança, com a ascensão da violência. A sociedade cobra providências e ainda acredita que um dia as coisas melhorem, até porque não dá para piorar. Entretanto, quando vê a impunidade de um Delegado que pratica exatamente o que deveria coibir, deixa muito claro que “tudo vai mal”, sob a proteção da alta cúpula, cuja desculpa esfarrapada foi: “todo mundo bebe”.

Alguma coisa tem que mudar. Não pode é usar a lei para o cidadão comum, e a infração para quem trabalha na Polícia. Ou libera todos para dirigir embriagado, ou prende a quem não cumprir a lei, onde se inclui delegados que, como cidadãos, têm o direito de “tomar todas”, mas evitar a direção para dar bom exemplo.

Coisa que a cúpula da polícia não está fazendo nesse momento.

PROTEÇÃO

O delegado geral Everton Santos ressalta a honra do delegado Fábio Santana que provocou um acidente teoricamente embriagado e o protege: todo mundo bebe.

Esse protecionismo não deve ser exposto de forma irresponsável.

BÊBADOS

Everton esquece que o cidadão comum, que também bebe, quando flagrado pela Polícia, é preso e responde a processo. Essa é a diferença entre os mortais e um delegado.

Quem reprime bêbados dirigindo e pratica o mesmo crime, a pena deveria ser maior.

PREJUÍZO

Outra coisa que parece uma “solução do absurdo”: é quando Everton Santos diz que a Secretaria de Segurança tem interesse em ressarcir prejuízos.

Quê história é essa delegado?

Fonte:  Faxaju (coluna Plenário do jornalista Diógenes Brayner)

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