segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O GOLEIRO E A POLÍCIA... VOLTAMOS A IDADE MÉDIA.


Dizem que o local onde o goleiro joga é tão ruim que nem grama nasce. Mas, quando o goleiro falha lhe xingam, os mais corajosos lhe jogam pedras, e se as falhas forem sucessivas o goleiro vai pra reserva. O time perde uns pontos na tabela, mas, todos continuam vivos, sãos e salvos. E o policial? Goleiro e policial tem a mesma missão de defender o todo, garantir que o "time" não sofra com os ataques dos adversários. No caso da polícia o adversário é quase invisível, está no meio de nós, está disfarçado entre os sacrificados trabalhadores brasileiros. Aliás, policial e o goleiro também são trabalhadores, e o goleiro tem até carteira assinada. Dependendo de qual time jogue profissionalmente, este pode ganhar até mil vezes o salário do policial, e se tomar um "frango", no máximo vai mudar de time, ganhar talvez umas quinhentas vezes o salário do tira. E o policial? O frango desse trabalhador ele paga, seja errando o alvo e acertando um inocente, daí aparece um monte de pseudos defensores da sociedade para lhe apontar o dedo, lhe acusar desta ou daquela atitude. Ou, o maior frango que um policial pode cometer é ser alvejado, morto, esquartejado, amarrado numa corda, arrastado, queimado...Este "goleiro" social é praticamente ignorado pelo "resto do time" e com raríssimas exceções, ninguém sabe como é a vida deste trabalhador. As condições insalubres ou perigosas, alguns têm noção apenas pelas cenas dos filmes. Mas, o policial não brinca de mocinho e bandido. Quando o tiro lhe acerta é real e sua família chora muito mais do que o frango do goleiro, ou do que a derrota do time de futebol.

Num país em que ser corrupto é moda, defender valores significa andar na contramão, lutar contra a correnteza social. E não me venham falar daqueles policiais corruptos, assassinos. Indubitavelmente estes representam menos de 5% do efetivo das polícias. 

A imprensa, o Ministério Público e por vezes a justiça são o reflexo do time social, que ignora o quão difícil é ser policial num país de terceiro mundo, com leis anacrônicas e uma classe política que adora ganhar eleição em cima dos erros da polícia, ou em cima da ausência desta nas periferias.

Como seria bom se os "gols" que a cidadania sofre fossem resolvidos como se resolvem os problemas dos goleiros frangueiros...a dor de uma bala sofrida ou perdida é letal e incomparável com qualquer gol da Alemanha...Até quando a torcida vai culpar o goleiro (a polícia), pelo zagueiro, meio de campo ou o gol que o atacante perdeu? Até quando estes trabalhadores do Estados serão os culpados pela inércia dos técnicos, dos políticos, dos governantes populistas? Estamos voltado a Idade Média, onde a barbárie, a violência era banalizada...

Fonte:  Blog do Anastácio

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