Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul já têm mais aposentados e pensionistas do que ativos. Já Goiás, Santa Catarina, Paraná, Bahia, e Minas Gerais estão entre os estados que acenderam o sinal amarelo.
Tabela mostra número de ativos e inativos por estado
Crédito: CBN
A cada servidor público trabalhando nos estados, há praticamente uma pessoa aposentada ou recebendo pensão, de acordo com o governo. O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul são as unidades da federação onde o número de inativos na folha de pagamento já ultrapassou a quantidade de ativos, segundo levantamento da CBN. No estado fluminense, há 222 mil ativos e 243 mil inativos. Os servidores estaduais gaúchos somam 131 mil, enquanto o número de aposentados e pensionistas já está em 197 mil pessoas. Lá, os inativos correspondem a mais da metade da folha de pagamento do governo local. Assim como o governo federal, os estados também reclamam da conta no vermelho e querem aprofundar a reforma da previdência neste ano. O rombo estimado nos cofres estaduais é de R$ 51 bilhões.
Segundo dados do Ministério da Previdência, até 2014, chegava a 2,5 bilhões o número de funcionários ativos nas repartições públicas dos estados e do Distrito Federal. Já a quantidade de aposentados e pensionistas, que cresce a cada ano, supera a marca de 1,8 bilhão. O governo do Rio de Janeiro reclama da pressão das chamadas aposentadorias especiais de professores, policiais, bombeiros e funcionários de algumas áreas da saúde. São pessoas que podem se aposentar mais cedo, com 25 anos de serviço, porque a atividade é considerada exaustiva. No regime comum, as mulheres se aposentam com 30 anos de serviço, enquanto os homens, com 35. O presidente do Rio Previdência, Gustavo Barbosa, lembra que o estado foi um dos primeiros a promover uma reforma da previdência em nível local, o que hoje já não é mais suficiente:
"Hoje a aposentadoria especial não é especial, é normal. E a normal é a especial. Há uma inversão. Isso faz com que o custo previdenciário fique bastante elevado. O ideal seria reduzir ou tender a zero essa situação, mas obviamente existe uma discussão no Legislativo".
O governo do Rio de Janeiro já enviou para a Assembléia Legislativa um projeto de lei para limitar o pagamento de pensão por morte, seguindo a mesma ideia do ajuste do governo federal. O Ceará também quer acabar com os benefícios vitalícios das "viúvas jovens", cônjuges com menos de 44 anos de idade, e não pagar mais para quem viveu menos de 2 anos de relacionamento. A Bahia, por exemplo, já conseguiu limitar a regra: agora, a família de quem contribuiu menos em vida recebe um benefício menor.
O estado calcula que a diferença entre ativos e inativos seja de apenas 30 mil pessoas. No Paraná, a diferença está em 40 mil pessoas. Em Goiás, há apenas 17 mil trabalhadores a mais do que aposentados e pensionistas. Minas Gerais tem folga, há 387 mil ativos e 228 mil inativos, mas também acendeu o sinal amarelo. A dificuldade em administrar as aposentadorias especiais, como a de professores e de policiais é uma realidade em vários estados, como Santa Catarina. Para o responsável pela previdência estadual, Renato Hinnig, o argumento de que essas categorias estão expostas à uma rotina mais estressante tem que ser rediscutido:
"Esse argumento era usado até agora. Mas o problema agora é de caráter financeiro. Ou ajusta isso, ou as pessoas vão ter o direito, mas não vão ter o recurso. Nós estamos com um rombo previdenciário".
Os estados sabem que a reação popular será negativa. Mas, preocupados com a falta de dinheiro em caixa, já recorreram a outra medida polêmica: a criação da Previdência Complementar. Dessa forma, quem quiser receber além do teto da aposentadoria, de aproximadamente R$ 5 mil, deverá contribuir mais para isso.
Pelo menos 8 estados já implementaram o sistema: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco e Rondônia. A Previdência Complementar começa a valer neste ano também no Rio Grande do Sul. A regra não vale para os servidores antigos, mas para quem entrou no funcionalismo público mais recentemente. Para o presidente da Federação dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul, Sérgio Arnoud, o trabalhador perde com isso:
"Precisamos fazer um debate amplo porque nos moldes que a reforma já foi desenvolvida, em países como Argentina e Chile, as previdências praticamente ruíram. A contribuição é definida mas a retribuição é indefinida, e é conforme a oscilação do mercado. Se retira completamente o direito do trabalhador".
Em Minas, o regime complementar ainda não pegou. Lançado no ano passado, já recebeu adesão de servidores do Legislativo e da Defensoria Pública, mas nenhuma ainda de servidores do Poder Executivo, segundo o governo local. Outros cinco estados querem aprovar a previdência complementar neste ano: Rio Grande do Norte, Goiás, Santa Catarina, Bahia e Paraná, que vai usar R$ 1 bilhão de royalties da Usina de Itaipu para assegurar o Fundo da Previdenciária por mais 35 anos.
Fonte: CBN (Brasília Rodrigues)
O que vejo é que só se fala em aumentar o ônus para o trabalhador do Estado, cortar benefícios e tudo mais; e quando falo trabalhador do Estado me refiro ao professor, policial, bombeiro, auxiliares da administração em todos os níveis que tem obrigação de cumprir um carga horária mínima semanal e ainda por 30 anos a fio, mas é de conhecimento de todos que o trabalhador no Brasil sofre com a maior carga tributária do mundo e mesmo assim não se fala em reduzir os salários, vantagens de gabinete e outros benefícios que os nossos representantes políticos ganham quando os elegemos e ainda não somos nós que votamos os salários ou benefícios deles, são eles mesmos que os fazem e em todas as vezes eles simplesmente anunciam que votaram um aumento salarial ou de benefícios, falam por exemplo de um policial que arrisca a própria vida em defesa de outros não pode aposentar-se aos 30 anos de careira mas um político pode se aposentar no cargo após 2 mandados, 8 anos apenas e pronto esta aposentado... acho que estamos vendo o rombo no caixa do Estado de forma errada... deveríamos rever é a quantidade de cargos políticos e o tempo de prestação de serviço para se aposentar... mas fazer o que isto é Brasil, desabafei... espero que alguem leia.
ResponderExcluirConseguiu colocar em palavras o entendimento da maior parte dos que pensam. Não são os que trabalharam e contribuiram o problema, mas sim os que recebem MUITO sem nada contribuir !!!
ExcluirParabéns ao blog que repercute essas informações. Deve-se fazer uma observação, quanto ao segundo parágrafo da notícia. Então o nro de funcionários públicos ativos, segundo o Ministério da Previdência, chega a 2,5 bilhões? E o de inativos chega a 1,8 bilhão? è mais gentedo q existe na CHina e india somadas... É o q está escrito. O pior é ouvir a reporter da CBN LER ISSO. Precisamos de senso crítico, ao ler e ouvir. Copiar e colar pode multiplicar essas bobagens.
ResponderExcluirPensei que só eu tinha percebido isso !!! kkkk
ExcluirAcho que a reportagem estava com erro de digitação, gente. A versão que li e ouvi no site da CBN está diferente. Na rádio também, a CBN divulgou a versão correta. Concordo que ficar repetindo o que as agências dão está errado mas neste caso a informação é em "MILHÕES" mesmo. E a reportagem traz uma realidade, nós estamos fudidos. http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/economia/2016/01/16/ESTADOS-PODEM-ALTERAR-REGRAS-DA-PREVIDENCIA-PARA-CONTER-ROMBO-DE-R-51-BILHOES.htm
ResponderExcluirSe manter o sistema como estar vai faltar dinheiro para corrupção
ResponderExcluirO fato só ocorre com esses corruptos porque as pessoas votam em todas as eleições!!Se não votássemos eles não estarias em Brasília roubando!!!
ResponderExcluirO QUE NÃO ENTENDO. PORQUE SE DESCONTA DURANTE 30 ANOS VALORES PARA CADA CIDADÃO SE APOSENTAR.DEPOIS VEM DIZER QUE FALTA DINHEIRO.FALTA E ADMINISTRAR OS RECURSOS.POIS CADA UM PAGA A SUA APOSENTADORIA.INDEPENDE SE TEM A MAIS OU A MENOS INATIVOS.O PROBLEMA QUE O DESCONTO E FICTÍCIO ENTÃO NO FIM DE CADA MÊS SOBRE AS FOLHAS DE PAGAMENTO.FICAM INVESTINDO EM COISAS PODRES O DINHEIRO DA PREVIDÊNCIA.DEPOIS DIZEM QUE NÃO HÁ DINHEIRO.
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