Torcedores e seguranças em conflito no último domingo (Foto: Portal Infonet)
A pancadaria vista nas arquibancadas do Estádio Lourival Baptista no último domingo, 12, após o apito final do árbitro na partida entre Sergipe e Fluminense/BA, chamou a atenção das autoridades locais de futebol e também da cúpula dos agentes de Segurança Pública no Estado. Em reunião na última quinta-feira, 16, na sala de inteligência da Polícia Militar de Sergipe, ficou decretado: não haverá mais possibilidade de uso de instrumentos musicais, uniformes, qualquer artefato pirotécnico (sinalizadores) ou algo por parte da torcida que configure utensílios de organizadas.
No episódio do último fim de semana, dezenas de torcedores que estavam no lado destinado à torcida do Sergipe iniciaram uma tentativa de ‘partir para cima’ da torcida adversária. Barrados pelos seguranças privados, o grupo entrou em conflito com a equipe de segurança e por pelo menos alguns minutos, protagonizou o lado triste da partida, sob olhos de uma multidão que foi ao estádio para ver futebol – e não uma batalha de socos e pontapés. A confusão somente terminou quando os policiais militares que faziam a segurança dentro do gramado se dirigiram às arquibancadas.
Torcidas organizadas
As medidas de seguranças que serão adotadas pela polícia de agora em diante não agradou em nada algumas das torcidas organizadas dos principais clubes do Estado. Para Alberto Fernandes, presidente da Torcida Esquadrão Colorado, a decisão da polícia pune até mesmo aqueles que têm lutado pela paz nos estádios. “Nossa torcida fez tudo que o Ministério Público pediu com relação a criar um estatuto e cadastrar os integrantes da torcida, mas sempre há os infiltrados que vão para fazer baderna nos dias de jogos e esse controle nós não temos. Porque a polícia não passa a identificar pela carteirinha de integrantes da torcida?”, questiona.
Alberto esclareceu ainda que a torcida qual preside repudia atos como o da partida do último domingo. No mesmo enredo, ele faz críticas quanto a postura dos seguranças privados. “Temos a ideia de que torcida é alegria, como tivemos no Sergipão diversos clássicos sem nenhum incidente nos estádios. No domingo, infelizmente ocorreu aquilo, mas também por conta de um despreparo dos seguranças, que poderia ter resolvido tudo em uma conversa”, afirma.
Num outro ponto de vista da situação, o presidente da Torcida Movimento Azulino, Mateus Souza, critica a proibição dos instrumentos musicais nos estádios. “É o pulmão da torcida. A polícia precisa entender que instrumento não bate em ninguém, e sim pessoas. Porque não identificar esses baderneiros e proibi-los de ir aos estádios invés de acabar com a festa da torcida? A verdade é que a polícia está fazendo um trabalho preguiçoso e punindo a todos”, brada o torcedor.
Plano de Segurança
Ainda conforme a reunião da última quinta-feira, Federação Sergipana de Futebol, Comando da Polícia Militar, secretário de Turismo e Esporte e administração da Arena Batistão concordaram em ampliar os critérios minuciosos de revista no acesso ao estádio. Não obstante, foi reforçado pelo comandante do policiamento da capital que compete à PM a segurança na área externa do estádio e no gramado, sendo a segurança nas arquibancadas, de obrigação dos agentes privados. Mas fez uma observação em memória ao episódio de domingo: “Existem situações, evidentemente, nas quais, apesar de ser de competência da segurança particular, a Polícia Militar, percebendo que se trata de causa iminente de conflito, venha a atuar para coibir situação mais gravosa”, pontuou o tenente-coronel Vivaldy Cabral.
No próximo domingo, 19, o Confiança encara o Remo às 19h na Arena Batistão, pela série C do Campeonato Brasileiro. Como sempre, a torcida deve comparecer, mas dessa vez sem os instrumentos que dão ritmo aos cânticos tão populares no futebol. Na mesma tangente em que se luta pela paz nos estádios, não deixemos perder a alegria natural do esporte.
Fonte: Infonet (Ícaro Novaes e Cássia Santana)
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