Uma fiscalização contra o uso de fogos em áreas proibidas em Estância (Sul), durante as comemorações juninas do Dia de Santo Antônio, quase acabou em tragédia na noite desta segunda-feira. Um grupo que participava de uma festa de rua atirou cerca de 10 busca-pés e espadas contra duas equipes do 6º Batalhão de Polícia Militar (6º BPM) que faziam uma patrulha na região da Rua Nova. Ninguém ficou ferido, mas os policiais foram obrigados a recuar para não serem atingidos. O incidente ganhou muita repercussão por causa das imagens gravadas por testemunhas e até por alguns dos arruaceiros.
De acordo com o capitão Alysson Cruz, adjunto do setor de Relações Públicas da PM, os soldados tinham sido chamados ao local por bombeiros civis que denunciaram o descumprimento de normas de segurança para o uso dos explosivos, que eram acionados e soltos no meio da rua. Chegou-se a dizer que uma criança teria sido ferida por um dos fogos, mas esta informação não foi confirmada. Cruz explicou que os policiais foram cercados e atacados enquanto conversavam com os organizadores da Festa de Santo Antônio, que é tradicional na cidade e é organizado por uma associação local.
"No momento em que nós procurávamos alertar aos organizadores para que as normas de segurança fossem respeitadas e que não houvesse nenhum acidente, alguns vândalos que estavam no meio da celebração começaram a jogar os fogos de artifícios na guarnição policial. Ela, acertadamente, usando uma estratégia básica de guerra, recuou. Reconheceu que não era oportuno usar a força de que dispunham, que era a arma de fogo, no meio de uma multidão. Se isso acontecesse, que tragédia seria", justificou o capitão.
Numa das gravações, se vê que os busca-pés e rojões explodem perto de uma caminhonete do 6º BPM e um deles chega a passar por baixo da viatura, quase estourando embaixo do tanque de gasolina. Um soldado que estava na carroceria do veículo encolhe-se atrás da cabine para não ser atingido, enquanto manobra junto com um furgão do PAC Móvel, um posto de atendimento móvel recém-adquirido pela PM. Enquanto isso, os arruaceiros comemoravam a saída deles da Rua Nova, aos palavrões e gritos de "Fora!", "Saia!" e "Fogo!". "Doido, a merda aqui tá agarrando! Até a polícia a gente tá botando pra correr. Óia lá, ói! (sic). Os caras lá tão queimando o carro da polícia!", diz um homem, rindo e bebendo uma garrafa de cerveja. Ao lado dele, outro rapaz aparece e grita: "Aqui é Estância, c...!".
O capitão Cruz indicou que as polícias Civil e Militar vão tentar identificar os autores do ataque para processá-los. Eles podem responder por crimes como dano ao patrimônio, desacato à autoridade ou até tentativa de homicídio ou lesão corporal. "Vamos analisar caso a caso para identificar os tipos de fogos os potenciais de explosões, que danos podiam ser causados...", disse ele, informando que o comando do 6º BPM convocou uma reunião na manhã de ontem com os organizadores das festas juninas de Estância e com a Prefeitura da cidade para discutir o caso. "A Polícia Militar é a representante da lei e responsável por garantir a paz e a segurança da população. Se ela, não é bem-vinda, tem alguma coisa errada, porque uma sociedade pacífica recebe bem a polícia porque age de acordo com a lei", lamentou Alysson, ao considerar o caso como "um fato lamentável, mas isolado".
Fonte: Jornal do Dia (Gabriel Damásio)
Nota do blog: Parabéns ao competente jornalista Gabriel Damásio pela brilhante matéria.
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