No mês de prevenção à doença, mulheres sofrem sem assistência e protestam no Ministério Público
Nos últimos anos, durante o mês de outubro são organizadas várias ações que visam fortalecer a importância da prevenção e diagnóstico do câncer de mama, o que levou à criação da campanha internacional Outubro Rosa. Entretanto, em Sergipe, quem vive o drama da doença tem enfrentado dificuldades para ter acesso ao tratamento.
Na manhã dessa quarta-feira (26), o grupo que representa pacientes com câncer de mama no estado realiza um ato em frente ao prédio do Ministério Público, no Centro Administrativo, zona oeste de Aracaju.
A manifestação é contra a suspensão do atendimento no Hospital Cirurgia desde o último dia 21. Segundo as pacientes, faltam 85% das medicações necessárias para o tratamento quimioterápico, a máquina de radioterapia está quebrada e a obra de construção do espaço que vai abrigar a nova máquina se arrasta por 10 anos, faltando acabamento.
São 60 pacientes sem realizar o tratamento. Uma delas é Conceição de Oliveira que há dois meses ficava em pé, conseguia conversar normalmente, mas hoje, por conta da interrupção do tratamento, está com a fala e as pernas atrofiadas, dependendo do uso de cadeira de rodas.
Segundo a representante do grupo Mulheres de Peito, Sheila Galba, o grupo entrará com uma ação contra a Prefeitura de Aracaju. Ela espera que o Poder Executivo tenha que se responsabilizar pelas pacientes que estão com seus tratamentos interrompidos.
“Viemos pedir uma resposta das autoridades começando pelo MPE, mas entraremos com ação contra Prefeitura, pois, no mês passado, por exemplo, houve um repasse de 250 mil reais para o Hospital Cirurgia. O que é 250 mil para um Hospital com tantas demandas?!”, indagou Sheila.
De acordo com a assessoria de comunicação do Hospital Cirurgia, é compreensível e respeitável que as pacientes tenham atitudes como essa, mas sem os repasses da Prefeitura de Aracaju não há como realizar os pagamentos aos fornecedores.
O Cirurgia estima um débito da ordem de R$ 4 milhões. Por mês, a Prefeitura tem que repassar cerca de R$ 6,5 milhões para custear o procedimento de 600 pessoas no hospital. A Prefeitura continua sem previsão de quando vai conseguir fazer o repasse.
Em relação à máquina de radioterapia, a assessoria informa que o engenheiro que realiza a manutenção chegou a Sergipe ontem (25) e, segundo ele, o problema é simples, mas como a máquina é muito antiga tem dificuldades em encontrar peças. O Hospital estima que o equipamento volte a funcionar ainda nesta quarta.F5 News tenta ouvir a promotoria da saúde do MPE.
Fonte: F5 News (Carolina Souza)
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