Escândalo
Artigo 1º, parágrafo único da Constituição do Brasil: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Não é o que pensa muitos congressistas que tentam neste momento aprovar a lista fechada na reforma eleitoral. É o modo que encontraram para que os políticos envolvidos na Operação Lava Jato não precisem fazer campanhas. Pela lista fechada os caciques dos partidos definem uma lista e ponto final. Não adianta ser o mais votado e ter o nome lá embaixo na lista.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo na segunda-feira, 27, o ex-ministro do STF, o sergipano Carlos Ayres Britto foi claro ao dizer que a lista fechada fere o artigo 1º da Constituição.
Para Ayres Britto, o modelo vai fortalecer o “caciquismo”, isto é, vai dar mais poder aos dirigentes das legendas, que seriam os responsáveis por definir quais nomes encabeçariam a lista e, portanto, teriam mais chances de ser eleitos.
“O voto em lista fechada, além de reforçar o caciquismo partidário brasileiro, que é um dos nossos pontos de fragilidade estrutural, é inconstitucional. Para mim, quando a Constituição diz que o voto é direto, secreto e universal, ela diz que o voto é no candidato, não no partido”, entende Britto.
Qual o motivo para mudar o atual modelo? Quem recebe mais votos será o eleito. Simples, bem simples, mas a maioria da classe política manchada pela Lava Jato quer ficar longe do eleitor. E a maneira encontrada é não pedir voto cara a cara. Um escândalo!
O pior de tudo: o eleitor assiste omisso o fim do voto livre. E parte da mídia é responsável por este silêncio.
Fonte: Blog do jornalista Cláudio Nunes
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