Por mais que o governador Jackson Barreto (PMDB) cobre resultados, por mais que o secretário João Batista e a cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apresentem números, por mais que o governo federal tenha enviado homens da Força Nacional de Segurança, a sensação de medo e de insegurança é cada vez maior no Estado. As famílias estão assustadas, nossas polícias desestimuladas e o foco da SSP está sendo desviado por questões midiáticas. Felizmente a corrupção, de políticos e empresários, está sendo combatida em Sergipe, mas o preço deste trabalho quem está pagando é a sociedade.
Este colunista não é contrário que políticos, empresários e até comunicadores sejam investigados e tenham que ser responsabilizados por seus atos. Mas há em Sergipe uma obstinação pelo “prender”, pelo “desmoralizar”. Setores da Segurança Pública estão concentrados em reprimir estes crimes, e isso é ótimo, mas nossas ruas e avenidas estão sem a devida cobertura, nossos bairros estão abandonados, quem paga impostos e precisa de segurança está refém dos marginais. Desviaram os policiais que não entram mais em confronto com bandidos. Preferem, obviamente, o trabalho burocrático de monitorar, fiscalizar e intimidar. Aqui o gestor municipal, por exemplo, já tem prévia condenação...
A Secretaria de Segurança Pública tem um departamento especializado em acompanhar e atuar nestes crimes. Tem que lhe permitir as condições de trabalho, é verdade, mas é preciso também sair da mídia. De um lado, delegados e policiais se amontoam em coletivas e eventos para combater a corrupção, mas do outro temos delegacias fechadas, desestruturadas e muitas vezes abandonadas pelo interior, onde o cidadão comum não tem a quem recorrer em registros de violência. Por qualquer região que se ande em Sergipe, existem queixas de insegurança.
Temos em Sergipe uma das polícias mais eficientes em elucidação de crimes, mas temos também uma SSP que não consegue encontrar meios para o que o crime não aconteça. A prevenção não existe! Em 2015 o nosso Estado chegou ao posto de mais violento do Brasil. Tem tudo para continuar com esse índice negativo quando do levantamento de 2016. Para 2017, desde o início do ano a Secretaria e sua cúpula falam, repetidamente, que os registros estão baixando. Não é isso que a sociedade sente nas ruas. A sensação de insegurança perdura e, talvez, a estratégia montada não tenha sido a mais feliz ou eficiente.
Dia desses, em pleno centro de Aracaju, bem cedo, no início da noite, uma policial militar, fardada e armada, foi atacada por um bandido que a agrediu e entrou em confronto corporal para roubar a arma. Em Sergipe, nem a Polícia está sendo mais respeitada. Os bandidos tomaram conta de tudo! A prova inconteste da ineficiência da SSP foi o envio para Sergipe de um reforço da Força Nacional de Segurança Pública. 120 “velhos policiais”, que estavam na reserva e vieram a Sergipe para fazer blitz! É isso mesmo: os homens não conhecem a nossa realidade, não conhecem o Estado, fazem abordagens no trânsito e ainda custam um alto investimento.
Em síntese, o crime organizado em Sergipe passou por cima da “Farsa Nacional de Segurança Pública”! Era muito melhor se aproveitassem os homens da reserva aqui de Sergipe mesmo. Talvez os resultados fossem bem melhores. O Governador Jackson Barreto precisa se atentar e a própria SSP precisa combater a corrupção sim, que anda desenfreada, mas sem esquecer-se de garantir a segurança dos sergipanos. Quem condena o político ou o empresário é o Poder Judiciário. E para eles esse julgamento já é uma condenação. Na outra “ponta” o povão clama por mais atenção e segurança. Ou se coloca mais efetivo nas ruas, mais militares, delegados, policiais civis e escrivães no combate ao crime, ou logo Sergipe enfrentará uma realidade de caos e muita violência. É separar o importante do fundamental...
Para refletir
Enquanto faltam delegados nos distritos do interior, durante os finais de semana, e enquanto tem um delegado respondendo por duas ou até três cidades, em Aracaju só a DEOTAP conta com 13 delegados. E se faltam policiais no interior, a mesma delegacia conta com uma “Força de Segurança” exclusiva, com 70 homens.
Referência
Pelo visto, a SSP acerta quando fortalece o combate à corrupção, mas está ficando claro que está usando a DEOTAP para tentar esconder a sua incapacidade para conter a violência nas ruas. É o “jogo a ser jogado” para convencer a opinião pública...
Veja essa!
Ainda sobre a insegurança que assola Sergipe, tem sido uma constante as tentativas de assaltos dentro de ônibus. Infelizmente a SSP não busca um entendimento com as Guardas Municipais das cidades da Grande Aracaju. Um trabalho preventivo contínuo nos terminais de integração, com abordagens nos veículos reduziria os índices.
E essa!
Enquanto há uma excessiva exploração midiática de Operações Policiais em Sergipe, no combate à corrupção, falta policiamento para os pequenos empresários que sofrem por toda a Aracaju com a frequente ação dos vândalos. Bares, restaurantes e lanchonetes são alvos fáceis dos bandidos e a qualquer hora do dia.
Fonte: iSergipe (Habacuque Villacorte)
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