Um atuante político de Sergipe disse ontem que tem preferido ficar em casa. Evitou circular durante o carnaval, tanto no interior quanto na capital. Razão simples: receio de assaltos e da violência que se instalou em todos os recantos do País, assim como em Aracaju. Até 18 horas ele foi a poucas cidades, mas depois atendeu a um imaginário ‘toque de recolher’.
Lembrou que os bandidos hoje “atacam a polícia. Imagina nós que não temos armas?”
O político está certo. O crime se organizou, está bem armado e formou quadrilhas de adolescentes – alguns deles classe média – para assaltos relâmpagos nas noites de Aracaju ou de tantas outras cidades de pequeno e médio portes do interior do Estado. Um inferno, que dificilmente terá uma forma para tirar o cidadão das grades de suas casas.
Essas quadrilhas têm como alvo inicial os celulares, mas geralmente levam bolsas, jóias e dinheiro. Não muito dificilmente ficam com os carros para prática de novos crimes, além de usar da violência a qualquer movimento da vítima. Hoje o cidadão que está dirigindo fica com um olho para frente e outro no retrovisor. A vinda de uma moto atrás causa pavor, e leva ao desarranjo quando para ao lado nos sinais.
O medo de motos torna-se comum, mesmo que o motociclista seja um cidadão honesto.
Admite-se que a Polícia cumpre o seu papel dentro do limite que tem. Também não pode ter um militar em todas as esquinas o tempo todo. O bandido sabe onde tem blitz e a mobilização das viatura. Mapeia tudo e age do lado oposto, mas disposto a enfrentar policiais caso o confronto seja necessário. E não há o que fazer. Sabe-se que a justiça solta rápido quando eles são presos.
E qual a solução? Uma delas seria contra a lei, que é proibir o uso do capacete. A outra é seguir a orientação de sair consciente de que pode sofrer o trauma de um assalto. Uma terceira é imitar o político e ficar em casa achando que estar seguro.
Fonte: Faxaju (coluna Plenário do jornalista Diógenes Brayner)
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