O esperado anúncio acerca das mudanças na cúpula da segurança pública do estado de Sergipe mobilizou a imprensa, surpreendeu militares e policiais civis, intrigou a sociedade e chegou a ser foco de questionamento para quem atentou para detalhes que fazem a diferença.
Após incisivas veiculações por parte da imprensa atestando que haveria transformações, no fim da tarde de ontem o Governo anunciou oficialmente, por meio de nota à imprensa, o afastamento de João Batista, Secretário, e do delegado geral Alessandro Vieira, reforçando no texto a permanência de Daniele Garcia (Deotap), Eduardo Carlos (Corpo de Bombeiros) e Marcony Cabral (comando geral da PMSE), representantes que também estariam sujeitos à saída, conforme especulações.
Se obra do acaso ou caso pensado, chama a atenção a agilidade para a concretização da solenidade de posse, que ofuscou o brilho da coletiva de imprensa que seria realizada justamente na data, quando se apresentaria os resultados da Operação Babel, que culminou na prisão do empresário José Antônio Torres Neto, umas das investigações, de acordo com informes de rádio corredor, que teria se desmembrado negativamente aos olhos de Jackson Barreto (PMDB).
É de se questionar a força de Jackson quando dá a cara para bater e vai de encontro ao que a própria sociedade, por meio de engajamento em petição, mostrou não apoiar, assim como o real comprometimento com a segurança do povo sergipano, vez que as ações sugerem a interpretação de que as permutas tenham a ver com uma maior facilidade na manobra de situações que interessem a poucos.
Qual a justificativa plausível para a destituição de quem faz valer a lei? E a imposição precoce dos que permanecerão, a que se explica? Como não contestar a onipotência de Marcony Cabral, que mesmo em meio a situações que demonstram falta de rédeas e até mau exemplo perante a corporação, não obstante a antipatia por parte tropa, e ainda assim foi mantido o cargo em comissão que até horas extra gera? E o Ministério Público, calou e vai fingir que nada está acontecendo?
Excelentíssimo JB, vos que sois Governo do Estado, és, acima de tudo, empregado do povo. A população quer e precisa de respostas que realmente fundamentem o que não pode ser simplesmente consequência de birra. Quais os reais motivos para o afastamento de homens realmente comprometidos com o trabalho de combate ao crime justamente no momento em que o estado vive uma "guerra"?
Por que, prestes a iniciar uma nova jogada, marcar peças já impondo a posição no tabuleiro, sem que tenha havido tempo sequer para conversas mais específicas, avaliação de trabalho prestado, e interesse no jogo? E o competente João Eloy, que muito fez pela segurança de Sergipe e agora volta à cadeira principal da SSP-SE, não terá poder de decisão para o xeque mate?
Há quem conheça bem Eloy e garanta: "ele não será massa de manobra e vai mudar o que estiver dando errado, quem estiver fazendo errado. Não acredito em parte do que foi veiculado em nota à imprensa. Marcony deve ser exonerado, principalmente por conta da festa das Retaes, e Daniele deve sim ser mantida no Deotap, ao menos por enquanto. Sobre a situação de Eduardo, para mim será uma surpresa", revelou uma fonte jornalística, que ponderou: “se engana quem acreditar que as substituições param por aí".
Esperemos os próximos capítulos do episódio 'Strike na cúpula da SSP-SE' e saberemos se o combate à corrupção será garantido com a permanência de Daniele, e se a torcida silenciosa, imposta pelo militarismo, de inúmeros praças e oficiais pela troca do comando geral da PM será celebrada com a notícia da posse de um coronel reformado.
Fonte: https://www.facebook.com/jornalistaianegois/posts/406340883064309:0 (jornalista Iane Gois)
Nenhum comentário:
Postar um comentário