Entre elas baixo efetivo de bombeiros e de viaturas
Audiência foi motivada por denúncia do deputado Gilmar Carvalho e Amese (Fotos: Portal Infonet)
Do total de 14.940 chamados em 2016, o Corpo de Bombeiros Militares de Sergipe (CBMS) só conseguiu atender 4.608 ocorrências, gerando uma demanda reprimida de quase 70%. Ou seja, para cada três solicitações de atendimento uma foi atendida. O problema é reflexo do baixo efetivo de bombeiros militares no Estado e foi tema de uma audiência extrajudicial realizada nesta manhã, 19, no Ministério Público Estadual (MPE).
Márlio Damasceno, advogado da Amese
O advogado da Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese), Márlio Damasceno, e o deputado estadual Gilmar Carvalho são responsáveis pela denúncia da situação do CBMS junto ao MPE. "A gente veio reivindicar uma melhora no efetivo do Corpo de Bombeiros que está altamente defasado. Quando o preconizado é um bombeiro militar para cada mil habitantes, em Sergipe existem apenas 537. Um efetivo baixíssimo", diz o advogado da Amese.
Os problemas no Corpo de Bombeiros de Sergipe vão além do baixo efetivo de bombeiros militares. "São poucas viaturas para atender ocorrências, número de mergulhadores insuficiente porque só existem dois mergulhadores por dia para atender todo Estado. São fatos que deixam a população vulnerável. Então é necessário que o governo do Estado atente para isso", acrescenta Márlio Damasceno.
Segundo o que foi registrado no termo da audiência, a situação do Corpo de Bombeiros de Sergipe é tão grave que na cidade de Itabaiana houve um incêndio numa residência a 300 metros do quartel e o fogo não teve como ser debelado porque a viatura estava em Lagarto atendendo a outra ocorrência. Quando a viatura retornou ao município de Itabaiana, cerca de uma hora depois, o fogo já havia consumido o patrimônio da família.
Mais problemas
Outro fato denunciado pela Amese foi que não há mais bombeiros para fiscalizar o funcionamento dos hidrantes em Aracaju. De acordo com levantamento feito pela Associação, a maioria desses equipamentos não funciona. "Não há nem mesmo mapeamento de hidrante atualizado", disse.
Diretor de pessoal, ensino e instrução do CBMS, coronel Joaquim Eugênio
O diretor de pessoal, ensino e instrução do CBMS, coronel Joaquim Eugênio, informa que o baixo efetivo de bombeiros militares e viaturas dificulta o fechamento das escalas. De acordo com ele, é preciso que haja pelo menos mais 300 bombeiros para que haja melhoria no atendimento da demanda. "Nós estamos aguardando um concurso público ser efetivado. Esperamos haja sensibilidade das autoridades", afirma.
Promotora de Justiça, Euza Missano
O sescretário de Segurança Pública (SSP) foi convidado pelo MPE para participar da audiência, mas não compareceu. Como houve a troca do comando da SSP e por cautela, o Ministério Público entendeu pela necessidade de realização de uma nova audiência que já está designada para o próximo dia 26, onde será expedido uma nova notificação à SSP.
"Para que o secretário possa sentar à mesa e possamos tentar iniciar as primeiras tratativas a respeito do problema evitando a judicialização da matéria. Realmente a situação é grave e o Ministério Público vai adotar as providências pertinentes porque importa na segurança da população", informa a promotora de Justiça, Euza MIssano.
Fonte: Infonet (Moema Lopes)
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