Imagem enviada pelos pais de alunos e publicada no blog do jornalista Cláudio Nunes (Foto: Reprodução)
A Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese) protocolou um ofício na Promotoria do Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público para pedir a apuração de denúncias relativas ao pagamento indevido de gratificação conhecida como “Retae”. A segunda denúncia é relativa ao uso do veículo da PM pelo comandante Marcony Cabral para ir até a escola dos filhos.
Para a Amese, há irregularidades no pagamento das gratificações. O assessor jurídico da associação Márlio Damasceno explica que a Retae deve ser paga a militares em funções ostensivas, ou seja, que saem às ruas. Porém, há suspeitas de que o dinheiro esteja sendo direcionado a profissionais que não têm essas funções. “As gratificações estão sendo feitas a pessoas que trabalham em serviços administrativos, segundo denúncias feitas à AMESE, e que não vão para as ruas”, relata o assessor.
De acordo com Damasceno, foi pedido ao MP que instaure procedimento administrativo solicitando a escala do Retae, os comprovantes de pagamento e a lotação dos policiais que recebem as gratificações.
Uso de carro da PM
A outra denúncia protocolada é referente ao uso indevido do carro da PM. Segundo Damasceno, no fim de semana, a associação recebeu denúncias de que o comandante geral da Polícia Militar, coronel Marcony Cabral Santos, estaria usando o veículo para levar os filhos à escola. Fotos enviadas por pais de alunos da escola foram publicadas no blog do jornalista Cláudio Nunes questionando a legalidade do uso do veículo.
Márlio Damasceno relata que outros militares já foram punidos pela mesma prática e espera que a medida valha para todos. “Vários militares já foram condenados por causa disso. Se pune um, tem que se punir os outros que atuaram da mesma forma. Não achamos justo que haja dois pesos e duas medidas”, encerra.
PM
O Portal Infonet entrou em contato com o coronel Paulo César Góis Paiva, chefe da assessoria de comunicação da PM. O militar informou que a PM irá aguardar a notificação do Ministério Público, mas adiantou que não há qualquer embasamento para a denúncia da Retae, já que as gratificações são pagas aos militares em serviço ostensivo, conforme a legislação em vigor.
Em relação ao uso do carro pelo comandante Cabral, Paiva explica que o comandante não tem como se dissociar da posição de militar. “O comandante geral não tem a oportunidade de levar os filhos na escola, como gostaria. Naquele dia estava acontecendo um evento comemorativo e ele teve a oportunidade de prestigiar”, explicou.
Fonte: Infonet (Jéssica França)
Nota do blog: Em relação a REATE, o pedido de apuração se deve também a tal gratificação ser paga com assiduidade para mesmas pessoas, sem haver uma rotatividade.
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