segunda-feira, 1 de maio de 2017

O DESCASO COM O CÂNCER DE MAMA NO ESTADO DE SERGIPE. ATÉ QUANDO?


Câncer I

A presidente da AMO (Associação dos Amigos da Oncologia), Conceição Balbino, foi uma das expositoras no amplo debate sobre o câncer de mama na Assembleia Legislativa, promovido pela deputada estadual Goretti Reis (PMDB). Na oportunidade, ela revelou um dado extremamente preocupante: em 2016, 50% das pacientes diagnosticadas com o câncer de mama, já estavam em um quadro avançado da doença. “Não adianta ter medicamentos de ponta, se não temos condições de atender o básico”, relata.

Câncer II

Ao fazer seu relato no evento, Conceição disse que “a AMO tem 20 anos de história e a 20 anos que a gente vê essa realidade. Infelizmente as pessoas são diagnosticadas tardiamente. Muitas coisas avançaram no SUS, mas o diagnóstico precoce ainda é um problema. Para se ter uma ideia 50% das mulheres diagnosticadas em 2016 estavam com estágio avançado e 30% delas já apresentavam metástase, ou seja, o câncer já não estava localizado na mama, mas espalhado. E isso é grave!”.

Nada mudou

A paciente da AMO, Ana Paula Santana, foi ainda mais longe e externou um quadro de abandono do Estado. “Eu vim para este mesmo debate em 2015 e, de lá para cá, nada mudou! Falta priorização por parte do governo e os equipamentos quebram com frequência. Todos os deputados foram convidados para este debate, mas quase ninguém compareceu”.

Crítica

Em seguida, ela disse que é muito fácil para a classe política aparecer quando morre uma paciente de câncer. “Este é um sofrimento, uma realidade triste minha e de todas as outras pacientes, Não adianta ficar sumido o tempo inteiro e chegar na eleição querendo ser o ‘pai da criança’ ou só aparecer quando morre alguém”.

Oncologista

O oncologista Adolfo Scherr, apresentou números estimados bastante preocupantes sobre os registros da no Brasil e em Sergipe, ao longo de 2017. Ele explicou que, após dois anos do primeiro debate sobre o assunto em Sergipe, o tratamento oncológico não mudou muito. “A fila da radioterapia ainda é muito grande. As pessoas são operadas e precisam começar o tratamento com 40 dias ou dois meses depois da cirurgia. Acabam esperando de seis a oito meses para iniciarem o tratamento. Isso impacta na vida da pessoa”.

Estimativas

“Eu falo baseado nos dados de 2016, porque para 2017 temos apenas estimativas, mas a previsão é que surjam 58 mil novos casos de câncer de mama no Brasil e em torno de 450 aqui em Sergipe, que por ser um Estado pequeno, é um número significante. Sem contar que o número de mortes está aumentando nos últimos anos e estamos na casa dos 15 mil. Na década de 80 não chegava nem a 8 mil. Depois foi a 10 mil, depois a 12 mil e assim sucessivamente”, comentou Adolfo Scherr.

Fonte:  iSergipe (Habacuque Villacorte)

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