O coronel Henrique Alves da Rocha pretende disputar uma das concorridas vagas na Câmara Federal por Sergipe. Pensa nisso pela primeira vez. Vem sendo incentivado por “amigos de dentro e fora da corporação”, mas tem consciência tudo dependerá da boa aceitação do seu nome junto à sociedade, principalmente dos profissionais da segurança, onde atua.
Coronel Rocha diz que um “outro fato motivador para pensar em migrar de uma carreira de Estado para uma cadeira da Câmara Federal, se dá em razão da total carência de discussões técnicas e verdadeiramente compromissadas com a melhoria da estrutura de segurança pública”.
– A regra que se vê é mera apresentação de teses vazias e sem qualquer verdadeira preocupação com a diminuição desse clima de insegurança instalado.
Segundo ainda o coronel Rocha, “o momento é propício ao surgimento de novos nomes e novas lideranças, com conduta ilibada, que honrem compromissos e a palavra dada. Essas características são inerentes a qualquer bom cidadão”.
E mais: “A desconfiança nas instituições sejam os partidos políticos, congresso ou a justiça, deslegitima a democracia, criando base social para aventuras pouco republicanas e antidemocráticas”.
A Entrevista:
O que levou o senhor a se dispor a disputar o mandato de deputado federal?
Coronel Rocha – Esta ideia nasceu num grupo de amigos dentro e fora da corporação e tomou uma proporção considerável. Todavia dependerá da aceitação do meu nome junto ao publico em geral, em especial dos profissionais de segurança pública, Policiais e Bombeiros Militares, Policiais Civis, Federais e Rodoviários Federais, Agentes Prisionais, Guardas Municipais, Agentes de Segurança – CENAM, enfim todos que conhecem minha trajetória profissional.
Mas confesso que a ideia é interessante, primeiro porque é sumamente importante aumentar a representação de técnicos em segurança pública na câmara dos deputados para debater e construir alternativas para a redução de violência e combate a criminalidade, além de propor leis para fortalecer as instituições envolvidas na proteção dos cidadãos.
Além disso, o descrédito de grande parte dos atuais deputados, envolvidos em corrupção e atividades pouco republicanas e a emergente necessidade de reformas políticas, na segurança pública, previdenciárias entre outras, fez surgir uma oportunidade de expor nossas ideias aos sergipanos.
Outro fato motivador para pensar em migrar de uma carreira de Estado para uma cadeira do Poder Legislativo federal, se dá em razão da total carência de discussões técnicas e verdadeiramente compromissadas com a melhoria da estrutura de segurança pública. A regra que se vê é mera apresentação de teses vazias e sem qualquer verdadeira preocupação com a diminuição desse clima de insegurança instalado. O ingresso de técnicos/profissionais de segurança em cadeiras do legislativo federal leva à casa dos representantes do povo, abordagens verdadeiramente voltadas para a materialização de legislações fortes. Finalmente, a ausência de políticas públicas de segurança que atendam a sociedade e modernize as instituições policiais brasileiras, nos faz refletir sobre essa possível candidatura
Onde o senhor pensa atuar, caso seja eleito, em momento tão complicado da vida pública?
Coronel Rocha – Com certeza em defesa do interesse público, em especial na promoção de uma segurança publica mais eficiente em defesa do povo sergipano. Para isso temos que pensar em instituições policiais fortes, onde todos os policiais sejam efetivamente autoridades policiais para dar a imediata resposta ao clamor público, tendo todos os servidores os mesmos direitos e garantias.
Precisamos abordar questões sensíveis como o fim da prisão disciplinar, um piso salarial nacional para policiais e bombeiros militares, integração dos sistemas de inteligência dos 26 estados e do DF, em ciclo completo de polícia para as duas corporações policiais de cada estado, em melhoria do sistema de saúde da PM, da estrutura dos quartéis, do atendimento ao cidadão, de mais cursos de capacitação, de redução da diferença salarial entre praças e oficiais e entre agentes e delegados, em igualar os salários dos peritos e legistas aos dos delegados.
É necessária também uma atenção especial para o sistema prisional, que carece de investimentos, além da valorização dos agentes prisionais, transformando sua carreira em carreira policial (PEC 14/2016), liberando policiais civis e militares das atividades de guarda e escolta de presos.
A valorização do profissional de segurança com o reconhecimento da expertise adquirida por aqueles que estão na lida diária com as questões de segurança, não esquecendo a capacidade técnica, devidamente alicerçada em regras objetivas , de modo a permitir o fluxo de carreira aquele que melhor estão habilitados/capacitados. Desta forma, as corporações teriam suas gerências sempre ocupadas por aqueles que passaram pelas funções primeiras e conhecem verdadeiramente os processos, tudo isso através de carreira única, com uma porta apenas de entrada, pela base.
Na esfera Municipal, precisamos adequar o estatuto geral das guardas municipais à Lei federal 13.022 de 2014, valorizando a importância da segurança nos municípios. O fortalecimento do município na segurança pública é essencial para que prefeitos reforcem seu aparato, a fim de planejar e aplicar políticas voltada a proteção de seus bens, serviços e proteção dos seus munícipes, através de repasses de verbas federais específicas para a área.
Neste momento em que os políticos estão sendo avaliados por baixo de forma generalizada, o que fazer para melhorar esse perfil?
Coronel Rocha – O momento é propício ao surgimento de novos nomes e novas lideranças, com conduta ilibada, que honrem compromissos e a palavra dada. Essas características são inerentes a qualquer bom cidadão.
A desconfiança nas instituições sejam os partidos políticos, congresso ou a justiça, deslegitima a democracia, criando base social para aventuras pouco republicanas e antidemocráticas.
Aumentar a participação da população nas decisões que mais lhe atingem, fomentando políticas como orçamento participativo, conselhos comunitários para debater os temas de interesse da sociedade, para fiscalizar os gastos públicos etc. Quanto mais a população participa, menos o político corrupto tem espaço para atuar.
O senhor será um militar com mandato para lutar por sua classe ou terá atuação abrangente como parlamentar?
Coronel Rocha – Serei antes de tudo um cidadão em busca de soluções para os problemas da segurança pública do nosso Estado. Sergipe nunca teve um representante da segurança pública no Congresso.
Um deputado federal com origens profissionais na segurança pública contribuirá de forma decisiva na construção de políticas de redução da violência. Ajudará a reduzir a criminalidade no estado trabalhando pela valorização dos servidores da segurança pública, por meio da busca de verbas federais para investimento no estado e nas prefeituras.
A segurança pública é um tema multidisciplinar, que envolve desenvolvimento urbano, saúde, educação, cultura etc, contribuir com estas áreas é também contribuir a segurança de nosso povo. A valorização dos professores, a construção de espaços escolares que propiciem a manutenção dos alunos em sala de aula, por exemplo, são excelentes formas de contribuir para a redução da violência.
No seu entender, qual a saída para um País que se envolve em corrupção e tem apoio dos partidos políticos?
Primeiro conscientizar a população a não mais votar em políticos envolvidos em corrupção. Embora a corrupção em evidência no momento seja a política, existem outros setores da sociedade que igualmente ocorrem corrupção. O combate a corrupção deve ser amplo e atingir todas as esferas de poder público, e porque não a esfera privada também.
O sergipano deve estar atento a transferência “hereditária” de mandatos. Existem políticos e empresários com objetivos de lançar filhos a candidatura recheadas de dinheiro, filhos estes sem nunca sequer ter feito nada em defesa da sociedade, do público, sem compromisso com nada e ninguém além do compromisso com quem lhe “presenteou” o pretenso mandato.
A renovação da nossa classe política é uma boa solução, porém não podemos generalizar, existem raros e bons políticos.
Aumentar a participação popular nas decisões e, especialmente, na fiscalização da atividade política é fundamental para o combate a corrupção. Países mais transparentes e com maior participação popular são os que dão menos espaço à corrupção, citamos como exemplo a Finlândia, Suécia, Suíça etc.
Fonte: Faxaju
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