O problema de baixo efetivo permanece como um dos principais no Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBM/SE). Uma denúncia feita pela Associação dos Militares de Sergipe (Amese) revela que somente quatro a cinco bombeiros trabalham por dia no 2º Subgrupamento Independente de Bombeiros Militar do município de Propriá, sendo muito pouco para uma unidade responsável por 21 municípios. Além disso, a Amese denuncia também que o local possui uma viatura de Auto Busca e
Salvamento (ABS), com capacidade de apenas 2 mil litros de água, muito pouco para combater incêndios.
De acordo com o assessor jurídico da Amese, Márlio Damasceno, essa é a segunda vez que a Associação realiza denúncias sobre a unidade de Propriá. A primeira aconteceu no início do ano, onde foram apontados os mesmos problemas, porém, até o momento nada foi feito. Segundo Márlio, dois mil litros de água seria o mesmo que duas caixas d´agua residenciais, o que não é suficiente para o combate à incêndios. "Além da viatura ABS, essa unidade deveria ter uma viatura de Auto Bomba Tangue (ABT), com maior capacidade de armazenamento de água.
A unidade também não possui o que chama de "castelo d'água", local de armazenamento para abastecimento rápido da viatura, dependendo assim da Companhia de Saneamento (Deso) da cidade, e nos demais municípios ficam dependentes da água de lagoas, açudes, o que pode ser comprometedor em dias de seca.
Outro problema detectado pela Amese foi a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). "Não tem EPIs suficientes para o baixo efetivo que trabalha na base. O que deveria ser individualizado, como o próprio nome já diz, está sendo compartilhado entre os militares, e eles correm o risco de doenças de pele e até mesmo hepatite, que passa pelo suor?, conta Márlio.
A denúncia foi protocolada junto ao Ministério Público do Estado (MPE) como mais um problema detectado diante dos vários que já foram apontados pelo próprio Ministério em uma ação civil pública contra o Governo do Estado. Na ação, o Ministério pediu a realização do concurso público de forma urgente.
"O MPE fez a parte dele. O que falta agora é um posicionamento da justiça. Uma decisão. O Corpo de bombeiros só está conseguindo trabalhar face a abnegação dos bombeiros. É um caos que está instalado e não se resolve. Depois que ocorrer algo maior, não vão poder dizer que foi uma fatalidade. Porque isso tudo está sendo previsto desde o incêndio no Makro que só foi debelado porque 50 bombeiros militares que estavam na sua folga, e não tinham obrigação de ir para aquele incêndio, foram espontaneamente", ressalta Márlio.
A equipe do JORNAL DA CIDADE entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do CBM, para saber se alguma providência está sendo tomada a respeito das denúncias, mas, não foram enviadas respostas até o fechamento desta matéria.
Fonte: Jornal da Cidade
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