quinta-feira, 9 de novembro de 2017

RELATÓRIO REVELA QUE 60% DOS CASOS DE MORTE VIOLENTA ESTÁ EM ABERTO.

Monitor da Violência Portal de Notícias da Globo – G1 mostra que maioria dos casos não têm solução após dois meses e meio.


A maioria dos crimes cometidos há dois meses e meio, no Brasil, continua sem punição. Os dados estão no relatório do Monitor da Violência, do Portal de Notícias da Globo – G1, e foram apresentados no encontro do Movimento do Ministério Público Democrático.

São homicídios, latrocínios, feminicídios, mortes por intervenção policial e suicídios que aconteceram em todo o Brasil e passaram a ser acompanhados pelo Monitor da Violência - um projeto em parceria do Portal de Notícias da Globo – G1 com o núcleo de estudos da violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em sete dias de agosto, aconteceram mil cento e noventa e cinco mortes violentas. Dois meses e meio depois, um novo relatório mostra que o G1 teve acesso a pouco mais de mil casos. Desses, 75% estão em andamento. Em vinte e sete casos não houve sequer instauração de inquéritos. Só duzentos e dezesseis casos foram concluídos - nem  20% do total.

Em 370 casos - 31% os autores das mortes foram identificados. Nem metade deles - ou menos de 12% do total tem suspeitos presos. 

Leonardo Bazani tinha 29 anos. Foi morto por um conhecido na frente de várias pessoas. Até agora, ninguém foi preso. A mãe não tem esperança de ver o caso resolvido. “Olha, você quer que eu seja bem franca? Nenhuma. Infelizmente nenhuma. Porque estamos falando de pobre, não estamos falando de rico. Entendeu?”, diz Maria Camila Bazani.

São dados alarmantes, mas que não surpreendem quem estuda o assunto. Não é recente a falta de investimento na polícia investigativa e em perícia. E os especialistas em segurança pública dizem que enquanto isso não mudar, os homicídios no Brasil continuarão sem culpados.
“O principal gargalo é a falta de investigação de pessoas que matam. Quem são as pessoas que estão matando e como é que você consegue descobrir essas dinâmicas nos territórios mais violentos”, diz Bruno Paes Manso, jornalista e pesquisador do NEV - Núcleo de Estudos sobre Violência da USP.

Não há informação sobre o status dos crimes que mataram cento e oitenta e um brasileiros. O assassinato de Luiz Eduardo Rover, de 21 anos é uma exceção. O filho de José Luiz Rover, do PP, ex-prefeito de Vilhena, sul de Rondônia foi morto em um assalto. Em dois meses o criminoso foi identificado, preso, julgado e condenado a 28 anos de prisão.

“A gente precisa cobrar do governo - a gente precisa cobrar dos nossos representantes para que eles invistam em polícia que investiga, invista em perícia criminal para que nenhuma morte saia impune do Brasil”, diz Rafael Alcadipani, professor da FGV – Faculdade Getúlio Vargas.

Fonte:  G1 (Renata Ribeiro)

Nenhum comentário:

Postar um comentário