Enquanto setores do governo estão todos concentrados no processo eleitoral e na possível renúncia ou não do governador Jackson Barreto (MDB) para disputar uma das vagas do Senado Federal, a violência segue a todo vapor em Sergipe. O Estado que, por dois anos consecutivos, figurou como os mais violento do País, proporcionalmente falando, caminha “a passos largos” para bater o recorde de seu histórico de homicídios no ano de 2018. Como se não bastassem tantos registros, a sensação de insegurança assusta cada vez mais os cidadãos, que não se sentem mais seguros nas ruas e avenidas, a qualquer hora do dia.
Sair de casa em Sergipe, para trabalhar ou estudar, por exemplo, não é mais garantia de que o cidadão retornará “intacto”, sem ter sido alvo da marginalidade. Os bandidos agem em todos os lugares e parecem não ter receio das respostas dos que fazem a Segurança Pública. Com todo respeito à SSP, tem horas que até a própria polícia parece acuada diante da ação violenta dos marginais. São vários os fatores que contribuem para tudo isso, como o baixo efetivo policial, a falta de mais ações unificadas entre a PM e a PC, a falta de leis mais duras e, principalmente, a impunidade.
Como em qualquer parte do País, em Sergipe o bandido comete um crime, é identificado, preso e, logo em seguida, liberado. Temos proporcionalmente poucas penitenciárias e as delegacias ficam superlotadas de presos, que não têm para onde ir. O sistema penal está todo comprometido e não há qualquer movimentação do Congresso Nacional (não menos comprometido, diga-se de passagem) para uma mudança radical na legislação. O crime tem vez e voz, e esta é a realidade, infelizmente. Sem estrutura para o regime semiaberto, os presos em Sergipe passaram a ser liberados para cumprirem suas penas em casa, no regime aberto. Seria cômico se não fosse trágico…
Este colunista obteve informações de Policiais Militares que o número de homicídios em 2018 já é assustador. Falam que o governo do Estado faz festa com a redução em relação ao ano passado, mas lembram que até esse domingo (25), foram registrados 198 homicídios por arma de fogo. Vale ressaltar que até o fechamento desta coluna já foram registrados mais de cinco homicídios, ou seja, fevereiro nem acabou e já passamos dos 200 crimes. A violência parece sem controle no nosso Estado e a autoridade policial parece não saber muito o que fazer.
Os assaltos viraram rotineiros, assim como o roubo de veículos e os sequestros relâmpagos. Os arrombamentos também estão em alta. No domingo a noite, os bandidos invadiram e promoveram um verdadeiro arrastão na sede da FAMES (Federação dos Municípios do Estado de Sergipe), em plena rua Duque de Caxias, próximo da região central de Aracaju e do prédio da Secretaria de Segurança Pública. E não adianta vender a teoria de que “só os bandidos estão morrendo” porque além de não ser verdadeira, é preciso levar em consideração que o crescimento do crime está associado à a sensação de insegurança.
Mas enquanto a violência segue desordenada, o governador Jackson Barreto parece focado em seu projeto político, mesmo atrasando os salários dos servidores e parcelando os rendimentos dos aposentados e pensionistas. Em 2015 foram registrados 1.196 homicídios; em 2016 foram 1.306; e no ano passado foram 1.123 casos. Com mais de 200 assassinatos em menos de dois meses, não é exagero alertar que Sergipe caminha para um número recorde até o final do ano. Que o governo se atente para isso e procure meios para reagir energicamente. É preciso entender que a campanha só começa no segundo semestre e, até lá, bandidos e inocentes vão seguir aumentando esta estatística do crime…
Veja essa!
Pela violência que tomou conta de Sergipe, se não tiver pulso para garantir a segurança dos cidadãos, este colunista já não vê exageros em uma intervenção federal também na SSP daqui do Estado, nos mesmos moldes do Rio de Janeiro.
E essa!
Lá o crime saiu completamente do controle das forças de segurança; aqui, a polícia atua bastante, mas não é exagero dizer que a violência se sobressai. Até denúncias de desvios de combustíveis ma PM nós já ouvimos falar…
Fonte: Faxaju (coluna Politizando do jornalista Habacique Villacorte)
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