Para quem acompanha o cenário político sergipano e que agora está fazendo a leitura de que o governador Jackson Barreto (MDB) deve mesmo renunciar seu mandato no próximo dia 6 para concorrer a uma das vagas ao Senado, pode começar a levar em consideração o fato de JB focar apenas em seu projeto pessoal e abandonar o vice-governador Belivaldo Chagas (MDB), que, automaticamente, assume o Executivo e vai buscar a reeleição. Havia uma grande “interrogação” sobre a renúncia, mas agora fica cada vez mais visível que a eleição do “galeguinho” já não é mais uma “prioridade”.
Basta avaliar as atitudes de Jackson Barreto que adiou para o “apagar das luzes” sua saída do comando do governo. Antes se esperava que JB deixasse a gestão entre janeiro e fevereiro; depois o encaminhamento era para que a renúncia viesse depois do Carnaval; mais adiante a saída era certa para meados de Março, no aniversário de Aracaju; agora o próprio governador confirma que será no dia 6 de abril. Com isso ele vai atrapalhando o projeto de Belivaldo que não consegue reverter o cenário desfavorável porque tem sua imagem associada a JB que acumula hoje forte rejeição popular.
Outro fato que atrapalhou Belivaldo foi uma declaração de JB, durante uma entrevista, fazendo a defesa expressa do atual secretário de Estado da Saúde, Almeida Lima. “Eu nem preciso pedir por Almeida, pelo trabalho que ele realiza e ele já tem seu mérito para continuar”. Jackson foi, no mínimo, deselegante com o “galeguinho” que, com a “caneta nas mãos”, terá autonomia para nomear e exonerar quem bem entender, assim como montar sua própria estrutura de trabalho, indicando secretários, assessores e diretores de órgãos da administração direta e indireta.
Mas o pior ainda estava porvir: a decisão de JB, no fim de sua gestão, de nomear o Coronel Paiva como Subcomandante-Geral da Polícia Militar é uma prova de que ele não dá mais tanta importância para a pré-candidatura de Belivaldo. A nomeação resulta na aposentadoria remunerada de outros nove coronéis da PM, que ainda não tinham tempo de serviço para serem “encostados”. O governo está tirando homens experientes das ruas em meio a tanta violência e o pior: vai gerar um peso ainda maior para a Previdência Estadual, num impacto anual de R$ 3 milhões, aproximadamente. Um verdadeiro absurdo!
Só que este colunista chama a atenção da opinião pública em geral para um aspecto que ainda não foi levado em consideração: a partir de 7 de abril, o governador de Sergipe passa a ser Belivaldo Chagas. Ele vai querer disputar a reeleição, é pré-candidato e, como as promoções da PM só ocorrem no dia 21 do próximo mês, o “galeguinho” terá toda autonomia para reverter esse “escândalo”, tornando nulo o ato de nomeação do Coronel Paiva. Apesar do responsável pelo ato ter sido Jackson Barreto, se tem compromisso com o funcionalismo e com a Previdência pública, Belivaldo pode revogar baseado no entendimento de que nenhum dos coronéis que foi para a reserva remunerada sequer tem tempo de serviço para se aposentar. A decisão será, exclusivamente, dele…
Fonte: 93 Notícias (Habacuque Villacorte)
Nenhum comentário:
Postar um comentário