Uma pesquisa encomendada pelo TSE em 2015 aponta que muitos eleitores enxergam a troca do seu voto por benefícios como algo natural e legal. Isso demonstra o baixo grau de maturidade de parte do eleitorado para decidir em qual candidato deve votar sem receber vantagens pessoais. Sua escolha deveria ser pautada em projetos, na ética e na personalidade do pretendente a assumir o cargo público. E vou mais adiante, os pretensos candidatos deveriam obedecer a determinados requisitos para participar de uma eleição, como por exemplo, o grau de escolaridade de mínimo nível superior e especialização em gestão pública.
Vemos um cenário em 2018, quanto às eleições, estanho. O que vai prevalecer? O voto honesto ou o voto mercadoria? Quando o cidadão trata seu voto com mercadoria, ele está colaborando para eleger alguém que usou de práticas imorais e ilegais para chegar ao cargo público. O cidadão que assim age está sendo tão corrupto quanto o candidato ou político que oferece a vantagem ou benefício. Quando elege um corrupto você deixa de indicar alguém que estaria comprometido com o bem comum. Isso gera consequências sócias graves, como vemos diariamente, por exemplo, a falta de remédios e o sucateamento dos hospitais e clínicas públicas. Se não queremos mais corruptos no poder não contribua com esta prática.
Aqueles velhos políticos que pensam que agirão como outrora durante o próximo pleito, revejam suas práticas e tomem cuidado com a vigilância, tanto pelos órgãos fiscalizadores quanto pela população. Na atual conjuntura não cabe mais a venda e a compra do voto. Cuidado com as lentes e gravações.
Recentes pesquisas apontam um percentual em média de 40% a 45% de pessoas indecisas, de votos brancos e nulos. Isso demonstra o quanto a corrupção causou uma descrença nas pessoas em relação à política. A politicagem sujou a política. Esperamos ver mais adiante um eleitorado mais decisivo e disposto a escolher novas pessoas para administrar o país. Temos uma “arma” nas mãos para combater a “corrupção politiqueira”. O voto. Quando você opta em anular ou não comparecer você está contribuindo para que os mesmos permaneçam no poder.
Nessa onda de corrupção e politicagem ficou a percepção de que todos os partidos e políticos agem ilicitamente. Não podemos generalizar. Ao contrário disso, diversos movimentos apartidários surgiram no país com o objetivo de motivar a população para as transformações e identificação de líderes e novos nomes para uma nova forma de fazer política. E estão surgindo os poucos “salvadores da pátria”. Aqueles que desejam e sonham com mudanças palpáveis para nosso país.
Precisamos reconstruir uma nova cultura política, de que nós cidadãos somos parte desse processo de escolha dos representantes públicos. Quando este é escolhido pelo voto sua gestão deve ser voltada aos interesses coletivos. O que ainda vemos são determinados grupos políticos decidindo e legislando em interesse próprio, esquecendo daqueles que os escolheram. Esses não merecem mais a confiança para continuar ou regressar ao mandato, porque teve sua oportunidade e não fez. Vejam que os políticos antigos mudam o discurso, mas não mudam as práticas. E agora querem transmitir o cargo para seus herdeiros (filhos, netos, sobrinhos,...) como forma de perpetuar no poder com se aquela vaga fosse propriedade dele.
Portanto, seja ético e transparente com você mesmo. Pense, reflita e analise. Decida qual Sergipe você deseja daqui há 10, 20, 30 anos. Quando você pensa em você mesmo, sua mente abre para uma reflexão mais clara de qual perfil de pessoa você gostaria de colocar nas administrações públicas e casas legislativas. Não trate seu voto como mercadoria. Seja um cidadão honesto.
Artigo escrito pelo Major Márcio - Bacharel e Gestor em Segurança Pública e Consultor de Segurança e Transporte
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