O delegado Paulo Márcio Ramos Cruz, diretor da Adepol, divulgou nas redes sociais nesta sexta-feira (24) uma nota onde diz que “Corregedoria da Polícia Civil não interceptou o irmão do capitão Oliveira”.
Na nota, Paulo Márcio diz que “na condição de delegado e cidadão, vir a público espontaneamente para dizer que falhei ao acusar pública e precipitadamente a Corregedoria da Polícia Civil de estar violando prerrogativas da imprensa”.
Veja o que o delegado Paulo Márcio postou no grupo de WhatsApp “Café com Política”
Na manhã desta sexta-feira, 24, estive na Corregedoria da Polícia Civil com o objetivo de constatar a existência de um áudio referente a uma conversa telefônica entre mim e o jornalista Washington Oliveira, bem como saber de que forma a gravação teria sido obtida pelo órgão correcional.
Fui recebido pela Corrregedora-Geral de Polícia, delegada Érika Fonseca, e pelo delegado Júlio Flávio, presidente do inquérito policial que apura suposto envolvimento de policial civil na morte do oficial ou na tentativa de prejudicar as investigações em seu nascedouro.
Os corregedores me deram total acesso aos autos e ao áudio juntado ao procedimento. Lendo o termo de depoimento prestado por Washington Oliveira no dia 15 de agosto, vê-se claramente que ele confirma ter gravado uma conversa telefônica mantida com um delegado de polícia civil, a qual só exibiria em juízo se assim fosse determinado.
No depoimento prestado no dia 22 de agosto, ao ser confrontado com uma gravação exibida pelo delegado Júlio Flávio Leite Prado, Washington admite tratar-se de conversa telefônica ente nós dois, muito embora, devo ressaltar, não tenha sido ele o responsável por fornecer tal gravação à Polícia Civil.
Fato é que, ao tomar conhecimento desse áudio em poder da Corregedoria, e diante da garantia que me fora dada pelo próprio Washington de que ele não gravara nenhuma de nossas conversas, não hesitei em acreditar em sua informação inicial, qual seja, a de que a Corregedoria da Polícia Civil o estaria monitorando havia algum tempo (talvez desde o início das investigações).
A bem da verdade, consta nos autos do inquérito que a citada gravação foi encaminhada anonimamente ao Centro de Operações Policiais Especializadas – Cope, cujo diretor a encaminhou oficialmente à Superintendência da Polícia Civil, ainda sem a degravação. Se o áudio foi compartilhado por Washington com familiares e policiais da Caatinga e se foi alguém desses grupos que o enviou para o Cope, só o aprofundamento da investigação poderá dizer.
Resta-me, portanto, na condição de delegado e cidadão, vir a público espontaneamente para dizer que falhei ao acusar pública e precipitadamente a Corregedoria da Polícia Civil de estar violando prerrogativas da imprensa e inobservando direitos e garantias do senhor Washington Oliveira por meio de monitoramento telefônico. Tal monitoramento, frise-se, não existe nem jamais existiu. Houve, sim, a gravação de uma conversa privada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro. Nada mais do que isto.
Nesse particular, quero me retratar inteiramente de todas as insinuações e acusações, diretas ou indiretas, contra a Corregedoria da Polícia Civil, ao tempo em que apresento minhas mais sinceras desculpas aos delegados Érika Farias Fonseca Magalhães e Júlio Flávio Leite Prado, bem como aos demais servidores daquele órgão.
Por fim, cumpre esclarecer que, em gestões anteriores à da Dra Érika Fonseca, respondi a três processos administrativos, duas sindicâncias e dois procedimentos criminais, todos eles motivados por questões políticas e à época utilizados como instrumentos de coação. Todos esses procedimentos foram arquivados, por determinação judicial ou decisão administrativa.
No mesmo período, entretanto, servidores envolvidos com crimes de roubo, extorsão, homicídio e corrupção foram beneficiados com o manto da impunidade e hoje desempenham suas atividades normalmente, alguns em órgãos estratégicos da SSP.
Eis a degradação moral a que me referi no artigo intitulado “O último disparo contra o capitão Oliveira foi dado pela Corregedoria de Polícia Civil”, degradação esta que não se iniciou nem guarda relação com a atual gestão do órgão correcional, mas cujos efeitos ainda atingem todo o funcionamento da Polícia Civil, na medida em que “a palavra convence mas o exemplo – inclusive o mau-exemplo – arrasta”. E como arrasta!
Paulo Márcio Ramos Cruz
Delegado de Polícia Civil
Diretor da Adepol Brasil
Fonte: Faxaju
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