Charge do cartunista Sesary “O Oscar da Corrupção, vai para …”
Engana-se quem acredita que este ano o eleitor fará uma limpa na politica brasileira. Nem Lava Jato, nem prisões, nem malas de dinheiro serão suficiente para convencer a população de que a corrupção é o câncer da cidadania. Por exemplo, levantamento feito pelo Estado de São Paulo revela que 91% dos deputados com mandatos, envolvidos na operação Lava Jato enfrentarão as urnas em outubro próximo e muitos deles com chances reais de se reelegerem.
Outro dado ainda mais preocupante é de que, considerada um dos mais conservadores legislaturas dos últimos tempos, a maioria esmagadora dos atuais parlamentares terá êxito no pleito e serão reconduzidos ao cargo. Dados da Câmara apurados desde 1998 apontam que a renovação não alcançou 40% em nenhum pleito. Estimativa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o número de deputados federais que tentarão a reeleição supera o pleito de 2014 e curiosamente, a renovação será a menor dos últimos três certames eleitorais.
Partidos hegemônicos e políticos tradicionais tendem a se beneficiar de um sistema eleitoral que é pouco permeável à renovação e cujas personagens envolvidos se beneficiarão do curto menor de campanha, do Fundo Eleitoral que abastece 1,716 bilhão a siglas do establishment em que as dez maiores abocanharão cerca de 73% deste valor. Furar este bloqueio será uma tarefa bem difícil. Quase improvável.
Mas há outro ângulo que não se deve perder de vista nesta conjuntura: será o eleitor que vai decidir sobre a manutenção ou renovação na política nacional. Parece que a corrupção não será tema central deste pleito. Contraditoriamente a tantas prisões, inquéritos e processo, o eleitor parece indiferente e segue ligeiramente a dar um indulto aos corruptos e ficha sujas.
Acrescente-se a isso a parcela mais descrente e pouco disposta a votar este ano. Em todas as pesquisas os números giram entre 50% a 70% dos entrevistados ainda não definiram seu voto ou não pretendem comparecer no dia 07 de outubro. Ao fazer isso, este perfil contribui ainda mais para a manutenção de corruptos e incompetentes no poder.
São as contradições que movem a roda viva da política e a torna imprevisível. Mas igualmente danosa e venal se pessimamente utilizada por pessoas mal intencionadas.
Fonte: Blog do jornalista Cláudio Nunes
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