segunda-feira, 17 de setembro de 2018

GOVERNO DO ESTADO PODE SER DESPEJADO: IMÓVEL EM QUE FUNCIONA O INSTITURO DE IDENTIFICAÇÃO DEVE "APENAS" 15 MESES DE ALUGUEL.


Governos vêm e vão. Mas alguns deixam marcas para a posteridade. Alguns, positivamente. Mas, no caso da atual gestão à frente do governo estadual, a marca, a identidade mais visível, ao menos até o momento, é a de mau pagador.

Atrasos nos salários, pensões e aposentadorias já são tão comuns que quase ninguém mais fala neles. Alguns fornecedores também já começam a chiar. Agora, atrasos continuados em aluguéis têm se tornado algo cada vez mais comum. Mas, desta vez, a coisa promete ser ainda mais traumática: o governo pode ser despejado de um imóvel caso não pague o que deve.

E não se trata de um imóvel qualquer, daqueles em que funcionam estruturas burocráticas internas. Trata-se, nada mais, nada menos, do que o imóvel que é ocupado pelo Instituto de Identificação de Sergipe, órgão ligado à Secretaria de Segurança Pública do Estado. No mesmo local, outros importantes órgãos também funcionam: o Instituto de Criminalística e a Coordenadoria Geral de Perícias. Assim sendo, caso o despejo ocorra, uma vez que a decisão judicial, uma Ação de Despejo concedida pela juíza Hercília Maria Fonseca Lima Brito no último dia 28 de agosto de 2018, garante ao governo e ao Fundo Especial por Segurança Pública, Funesp, 15 dias de prazo para o pagamento dos alugueis em atraso. O prazo, portanto, vence nesta quarta, 19. E o prejuízo, que por enquanto está apenas no bolso do proprietário do imóvel, passará para toda a população. Já imaginou um Estado em que não se pode tirar uma carteira de identidade? Um Estado cuja a criminalística não tenha um local para funcionar? Onde a perícia criminal, tão importante para a elucidação de crimes, também fique sem ter um teto?

Para tentar entender como o atraso chegou a incríveis 15 meses, a reportagem do CINFORM buscou falar com o proprietário do imóvel. Não conseguindo, conversou com uma fonte bem próxima, que pediu sigilo em relação ao seu nome e ao do dono do imóvel, que fica na rua Basílio Rocha, um dos pontos comerciais mais valorizados de Aracaju. “Não se trata de medo e nem nada. Mas é que queremos esperar pela decisão final da Justiça, uma vez que a juíza deve autorizar o despejo nesta quarta-feira”, explica a fonte.

E o que a reportagem apurou foi de estarrecer. “O prédio está alugado ao governo desde agosto de 2015. De lá para cá, quando Mendonça Prado foi secretário de Segurança, pagou. João Batista também pagou. Mas desde que João Eloy entrou, nada mais foi pago”, explica o entrevistado. Quanto ao valor mensal, em torno de R$ 55 mil, até um reajuste previsto em contrato não foi cumprido e muito menos pago. “Em setembro de 2017 era para reajustar. Mas o governo já não pagava o valor original, em torno de R$ 55 mil, imagina reajustado?”, indaga a fonte ouvida.

O valor total da dívida, já próxima de R$ 800 mil, faz diferença na contabilidade do proprietário. “Não é possível que o governo não veja que isso causa um drama familiar, pois o valor prejudica o empresário, como prejudicaria qualquer pessoa. É um valor muito alto”, frisa o entrevistado. E ninguém se pronuncia, da parte do governo? “Jackson Barreto, quando era governador, disse que pagaria. Belivaldo Chagas assumiu e disse que pagaria. Nem um e nem outro cumpriu a palavra. Porque esse governo não tem vergonha, que não gosta de pagar. Dá calote em empresários, nas pessoas, e não liga. Souberam que o proprietário ia alugar para uma concessionária de veículos importados e ligaram dizendo que se atrasasse, ele ia ter que viajar para o exterior para cobrar. E agora, que o atraso é aqui mesmo no Estado, ele vai cobrar de quem? Só na Justiça mesmo”, finaliza a fonte.

SSP

A reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública durante o final da tarde e o início da noite do último domingo, 16. Mediante o não sucesso na obtenção do contato, nos colocamos a disposição para os devidos esclarecimentos através do e-mail: redacao@cinform.com.br

Fonte:  Cinform

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