O Polícial Civil de Sergipe e ex-presidente do SINPOL, Antonio Moraes, usou as redes sociais na manhã desta quarta-feira (28) para afirmar que “as Polícias Civis estão perdendo a razão de ser um órgão de segurança pública”.
Em texto publicado na sua pagina no fecebook, Antonio Moraes diz ainda que “as delegacias foram transformadas em centrais de despachos”. Mais além, ele diz que agentes e escrivães foram transformados em vigilantes patrimoniais, servindo para custódia de presos, segurança patrimonial do prédio e de objetos apreendidos.
Veja na íntegra a postagem do agente:
Ao invés de focarem na apuração das infrações penais e no consequente exercício do poder de polícia judiciária, ou seja, em promover a investigação criminal, as Polícias Civis estão focando no mero registro e encaminhamento das ocorrências policiais oriundas da atividade policial das demais polícias e das guardas municipais.
Os servidores policiais civis que ocupam os cargos efetivos de delegado de polícia, numa tentativa de assemelhar sua atividade com a atividade desempenhada pelos magistrados (com intuito meramente remuneratório), transformaram as unidades policiais em pseudas varas criminais. As delegacias de polícia atualmente não passam de imensos cartórios inúteis.
O foco é o mero registro de notícias de fatos supostamente criminosos, através dos Boletins de Ocorrência e dos Termos Circunstanciados, e o registro de ocorrências policiais (flagrantes) levadas, via de regra, por Policiais Militares e Guardas Municipais.
Os flagrantes são comunicados ao Judiciário e ao MP competentes e encaminhados à respectiva unidade policial para dar início formal a investigação através da instauração de um inquérito policial. Ocorre que, em verdade, nada é feito além do recebimento e formalização do procedimento policial. Nenhuma investigação é feita. Apenas se juntam ofícios e laudos para enviar o inquérito “finalizado” ao Judiciário para que seja dado vista ao MP que decidirá se deve ou não denunciar o acusado.
As delegacias foram transformadas em centrais de despachos.
Os demais servidores policiais, notadamente agentes e escrivães, no caso de Sergipe, foram transformados em vigilantes patrimoniais, servindo para custódia de presos, segurança patrimonial do prédio e de objetos apreendidos.
O exclusivo interesse classista dos delegados de polícia, que focam tão somente o salário dos juízes, associado a total inaptidão e/ou incompetência gerencial vão terminar por tornar tão desnecessária a Polícia Civil que ela será extinta em pouco tempo.
Ou os demais servidores policiais civis ocupantes dos demais cargos policiais civis efetivos e a sociedade civil organizada tomam uma atitude ou o interesse classista dos delegados de polícia vai levar as Polícias Civis à desnecessidade.
ANTONIO MORAES, Escrivão da Polícia Civil de Sergipe, ex-presidente do SINPOL Sergipe, bacharel em Direito/UNIT e aluno do Curso de Especialização em Gestão Institucional de Segurança Pública – Universidade Federal de Sergipe/RENAESP/MJ.
Fonte: Faxaju
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