Os pacientes diagnosticados com câncer atendidos no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) continuam apreensivos. Pelo menos três tipos de medicamentos imprescindíveis para o tratamento e para conter o avanço da doença continuam em falta, decorrente da ausência de compromisso da empresa fornecedora que ganhou o processo licitatório. Apesar de vencer o processo licitatório, a empresa desistiu do contrato, segundo explicações da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
A representante do Movimento Mulheres de Peito, Sheila Galba, revela que constatou este problema na SES e, acompanhando a situação desesperadora das pacientes que aguardam a medicação para dar continuidade ao tratamento, observa um quadro bastante preocupante pela ausência do medicamento. “São medicamentos bloqueadores. É uma quimioterapia oral, que as pacientes devem tomar durante cinco anos para bloquear o avanço da doença depois que elas retiraram a mama”, explica a ativista.
Esta semana, Sheila Galba buscou informações junto à Secretaria de Estado da Saúde, quando constatou a realidade. “Entrei triste e saí pior ainda. A secretaria está com tudo pago, mas a empresa não fornece o medicamento. É uma sensação de impotência muito maior”, desabafa a ativista. “Pedi para que a secretaria entrasse com ação judicial para obrigar a empresa a fornecer o medicamento”, relata.
Esta versão de Sheila Galba foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (SES). De acordo com a assessoria, a SES realizou a licitação e a empresa vencedora apenas desistiu do contrato, forçando o Governo a convocar a segunda empresa classificada. Procedimento que surpreendeu toda equipe da SES envolvida neste processo. Conforme a assessoria, os fatores burocráticos deixaram a secretaria sem muitas alternativas. A empresa que ficou na segunda classificação se comprometeu a entregar os medicamentos adquiridos pela Secretaria de Estado da Saúde até o próximo dia 15.
A assessoria de imprensa informou que a SES aguardará este prazo. Mas já pensa em uma outra alternativa, caso haja novos transtornos com fornecedores: pedir a medicação emprestada na iniciativa privada. Paralelamente, conforme a assessoria, a Secretaria de Estado da Saúde criou uma comissão especial administrativa para acompanhar a situação e punir as empresas fornecedoras que deixarem de cumprir os prazos.
Além desta comissão, segundo a assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde já ingressou com ações judiciais contra estes fornecedores, que já estão sendo multados pela falta de compromisso em relação às cláusulas contratuais.
Fonte: Infonet (Cassia Santana)
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