Um leitor atento e técnico da área de segurança alertou que o episódio do pobre e pequeno jacaré no lago da orla serviu para mostrar a impotência das instituições públicas sergipanas. E graças a Deus não teve algo pior.
Como dizem sempre que perguntar não ofende, o leitor perguntou ao grande guru (que só existe na cabeça dele, pois perguntar qualquer coisa de fato a alguém pode implicar na corregedoria): As instituições públicas sergipanas estão preparadas para “qualquer coisa” que saia do trivial?
Por exemplo, as polícias (civil e militar) tem algum aparelho incapacitante de choque? Até onde o leitor lembra a PC e a PM ganharam uns kits do governo federal uns anos atrás, mas treinaram algum policial? Capacitaram os operadores?
Aquele caminhão do CBM que diziam estar quebrado, já foi regularizado?
Se houver um desastre no Tecarmo (Petrobras), há um plano de evacuação que alguém saiba por em prática na segurança pública?
Se houver um atentado terrorista, uma bomba posta em algum lugar? Há policiais capacitados para esse tipo de ocorrência? Se há, eles têm aparelhos específicos e traje antibomba, daqueles que a gente vê nos filmes, mas sabe que no Rio de Janeiro, por exemplo, já foi usado, é uma realidade?
No caso de um atirador ativo (pessoa que atira em diversos alvos, como aqueles garotos de São Paulo), algum grupo de policiais está capacitado para atender esse tipo de crise?
Quantas unidades policiais possuem escudo balístico, imprescindível para tomada de ambiente com atirador ativo? Esses escudos, se existem, estão na validade? Os policiais estão capacitados para usá-los?
Esse sistema de rádio que custou quase 30 milhões será que era somente mais uma propaganda do governo? Porque se alguém precisar de uma ambulância do SAMU precisa ligar para o CIOSP do próprio celular para fazer a solicitação. Se passar a informação via rádio eles mandam telefonar para lá. Aí imagine um desastre e toda a sociedade sem telefone, talvez com a capa do Batman alguém voe até lá e consiga acionar. Não é brincadeira, isso é um fato, se um operador de segurança chamar o SAMU através do rádio, os operadores do CIOSP mandam você fazer uma chamada telefônica, responder mil perguntas e só depois ele mandam uma, dos dois tipos de ambulância que eles tem.
A verdade – que o leitor e o blog só pode perguntar – e os dois não podem dizer a verdade, mas talvez as pessoas possam perceber que em Sergipe os profissionais de segurança pública são obrigados a brincar de soldadinhos de chumbo e orar a Deus, os que acreditam, para que o improvável nunca aconteça, pois se tem a certeza que isso custaria muitas vidas.
Observação: vão dizer que estão investindo milhões em compras de equipamentos. Aí o leitor deixou a última pergunta: Se derem um tacape a um leão, ele sabe o que fazer com isso? É bom o governo começar a investir em treinamento, pois os membros da segurança pública não conseguem aprender por osmose ainda não.
Fonte: blog do jornalista Cláudio Nunes
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