Há mais de 15 dias sem receber doses do medicamento Navelbine, grupos de pacientes voltaram a ocupar a entrada principal do Centro de Oncologia do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), em Aracaju, para protestar contra o atraso. O ato ocorreu no início da manhã de ontem e contou com o apoio do Movimento Mulheres de Peito. Utilizado diariamente com pausa por sete dias a cada duas semanas de tratameto, o remédio é prescrito para pacientes que apresentam estágio avançado de câncer de mama, quadro clínico em situação de metástase. Internamente o setor de farmácia do Huse tem declarado que o atraso ocorre em razão de atraso dos fornecedores.
Na tarde de ontem, horas após a mobilização pública, o Governo do Estado de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), informou que o produto foi entregue pela transportadora na tarde da última segunda-feira, 26, e que o departamento de Farmácia Oncológica do Huse está encarregada de realizar a distribuição. Por meio de nota a SES oficializou que registrou neste mês de agosto um aumento fora do comum pelo medicamento Navelbine de 20mg, mas a situação já foi normalizada. Já o Navelbine de 30mg, havia um planejamento de estoque de acordo com um quantitativo de usuários, mas neste mês de agosto também registrou um aumento em 10 vezes a mais pela procura do medicamento.
Ainda em comunicado público a pasta enalteceu que, com isso, o estoque que deveria durar três meses acabou em uma semana. Diante dessa nova realidade, a SES está ampliando o estoque de três meses para seis meses a fim de atender a atual demanda. A empresa confirmou que a nova remessa do Navelbine de 30mg chegará até dia 4 de setembro. Apesar do contraponto apresentado pelo setor público, a representante do movimento Mulheres de Peito, Sheyla Galba, lamenta que este tipo de situação permaneça gerando problemas agravantes na saúde das pacientes. A denunciante exige que a programação seja refeita a fim de evitar reincidência do caso.
"Infelizmente não é um problema novo e que permanece prejudicando, e muito, o ritmo de tratamento contra a doença. É muito fácil dizer que houve uma procura acima do comum, e que por este motivo a oferta do medicamento ocorreu antes do previsto. Infelizmente as palavras de resposta para esse tipo de crime contra todos os pacientes oncológicos não ajudam em nada a combater a doença. Esperamos que os órgãos de fiscalização estejam atentos a este problema e que contribuam na prática para evitar que o não fornecimento volte a ocorrer em Sergipe", pediu.
Fonte: Jornal do Dia (Milton Alves Júnior)
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