TJ de Alagoas atendeu pedido do governo e determinou 1,2 mil despromoções na PM de Alagoas
Militares alagoanos, ao rejeitar proposta de Renan Filho, em 2018. Foto: Arquivo/Rafael Maynart/Gazetaweb
A determinação judicial obtida pelo governo de Renan Filho (MDB) para realizar 1,2 mil despromoções na Polícia Militar de Alagoas deve levar 2 mil policiais militares às ruas, nesta terça-feira (10), em protesto contra o chefe do Executivo Estadual. Esta é a expectativa das associações que representam militares que, depois de retirar Alagoas to topo do ranking da violência, lidam com o drama de policiais indignados com a perspectiva de haver 2 mil oficiais e praças sofrendo perdas salariais de R$ 600 a R$ 3 mil.
A determinação do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), desembargador Tutmés Airan, tomada no emblemático 17 de julho deste ano, já resultou em uma série de despromoções já começaram a ser publicadas em boletins do Comando Geral da PM; sendo a última remessa delas nesta sexta-feira (6).
As associações ACS/AL, ASSMAL, ASPRA, UPM e Caixa Beneficente convocam os policiais militares, amigos e familiares a ocupar as ruas centrais de Maceió, na tarde da terça, com concentração partindo do Quartel da PM, no Centro, em direção à Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), onde será solicitado apoio dos deputados estaduais.
“Todos irão em marcha até a Assembleia Legislativa para solicitar aos deputados que formem uma comissão para intermediar junto ao Governo a desistência da ação que despromoveu mais de 500 militares e provavelmente vai despromover centenas se não houver um trabalho coletivo de mobilização”, informou a assessoria de comunicação da Associação dos Cabos e Soldados (ACS), ao site Gazetaweb.
E a indiferença do governador Renan Filho em não buscar solução para o drama vivido pelos policiais já foi alvo de críticas do parlamento alagoano. “Já há militares despromovidos que pensam até em suicídio porque a queda de renda que muitos terão é muito grande. Alguns deles, que já estavam na reserva remunerada, recebiam R$ 5 mil e, após a decisão, o valor chega a R$ 1 mil. Tem gente que financiou carro e casa. E como ficam a vida deles?”, questionou o deputado estadual Cabo Bebeto (PSL).
“Como teremos militares motivados nas ruas, como vamos ver policiais desfilando de cabeça erguida neste 7 de Setembro sabendo que o governador determinou as despromoções? Esta atitude covarde de Renan Filho, em comum acordo com o comandante da PM, só mostra o quanto este governo é descompromissado com o bem-estar dos PMs, que tanto lutam para combater a criminalidade em Alagoas”, criticou Wagner Simas, presidente da Associação das Praças da PM e CBM, em entrevista à Gazetaweb.
A manifestação também promoverá uma coleta de assinatura dos militares que será entregue junto ao documento para a comissão de deputados. E o presidente da ACS, sargento Wellington, acredita que a revogação da decisão judicial vai depender da mobilização dos policiais e bombeiros militares que foram ou não prejudicados com as despromoções.
“É necessário nos unirmos de uma vez por todas. Portanto, ou demonstramos força para esse Governo, ou vamos apenas ficar lamentando e reclamando pelas redes sociais”, disse. (Com informações da Gazetaweb)
Fonte: Diário do Poder
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