A prova contou com quatro testes físicos: corrida, flexão de braços no solo, abdominal e barra fixa
O Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) finalizou, nesta terça-feira (28), a primeira avaliação de Treinamento Físico Bombeiro Militar com os alunos do Curso de Formação de Soldados (CFSd). A prova, que foi realizada no campus da Universidade Federal de Sergipe, em São Cristóvão, contou com quatro testes físicos: corrida, flexão de braços no solo, abdominal e barra fixa.
De acordo com a instrutora, capitã BM Antenora Lins, os testes contemplam algumas capacidades físicas necessárias à boa atuação do bombeiro militar em suas funções.
“Ao todo, serão realizadas duas avaliações como essa no decorrer do curso. Avaliamos a condição cardiorrespiratória dos alunos por meio do teste de corrida, em que o aluno tinha que percorrer a distância de 3.200 e 2.600 metros, respectivamente, para o sexo masculino e feminino. Também avaliamos resistência e força muscular, com os testes de flexão de braços na barra fixa e no solo, além do teste abdominal. Na barra física, os homens fazem flexão de braço e as mulheres ficam em sustentação. Cada uma das provas possui seus valores tabelados, levando-se em consideração sexo e idade”, explica.
Os alunos de soldado estão chegando na 12ª semana de curso e já ultrapassam um terço da carga horária total prevista para o CFSd, cujas aulas começaram em 5 de novembro do ano passado. De acordo com o subtenente BM Nilton Nascimento, que integra a equipe do Departamento de Ensino, Pesquisa e Instrução (Depi) do CBMSE, os alunos apresentam um bom nível intelectual e não medem esforços em melhorar cada vez mais suas condições físicas e capacitação técnica.
“Além de Treinamento Físico, os futuros bombeiros estão cursando as disciplinas de Segurança Contra Incêndio e Pânico, Direito Penal e Disciplinar Militar, Prevenção e Combate a Incêndio Florestal, Resgate Veicular, Ordem Unida, Fundamentos Jurídicos da Atividade Bombeiro Militar, Salvamento em Altura, Salvamento Aquático, Salvamento Terrestre, Atendimento Pré-Hospitalar, Técnica de Combate a Incêndio, Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas, Introdução ao Mergulho Bombeiro Militar e Noções de Produtos Perigosos. Já foram finalizadas seis disciplina: Armamento e Tiro, Material Motomecamizado, Proteção e Defesa Civil, Instrução Geral, Sistema de Comando de Incidentes e Tecnologia da Informação e Comunicação”, diz Nilton.
Outras disciplinas
Divididos em dois pelotões, com 37 alunos cada, os novos integrantes da corporação têm aula nos turnos da manhã e da tarde, na sede do Depi, localizado no bairro Getúlio Vargas, em Aracaju/SE. Segundo o capitão BM Valter Alves, que foi instrutor da matéria de Sistemas de Comandos de Incidentes, as nomenclaturas usadas na atividade de bombeiro são algo novo para os alunos, mas eles vão assimilando à medida que o conteúdo é apresentando.
“Aos poucos, eles começam a entender e pensar como bombeiros. A disciplina que ministrei foi desenvolvida para que eles tenham visão do gerenciamento da ocorrência, para que saibam como se comportar, mesmo sendo executores, no âmbito do gerenciamento de ocorrências. Eles tiveram contato com simulado de ocorrências reais e puderam ver como foram gerenciadas, de forma a entender melhor o funcionamento e o gerenciamento ideal dessa ocorrência”, destaca o capitão.
O sargento BM Josenildo Moraes, instrutor de Salvamento em Altura e Terrestre, reforça que, além do alto nível intelectual dos alunos, percebe-se que eles gostam da atividade de bombeiro. “Na disciplina de Salvamento em Altura, os alunos estão tendo conhecimento técnico de como se portar em ambientes que ofereçam risco de queda, como prédios, torres e telhados de edificações. Normalmente fazemos serviço de controle de insetos. E eles têm que ter o conhecimento de como acessar essa parte externa. Devem também saber lidar em um resgate de vítima em situação de suicídio, em pontes, torres etc. Mais adiante, eles vão saber como se portar e como resgatar a vítima em altura”.
Para o sargento BM Cleber Andrade, instrutor de Salvamento Terrestre, é importante que os alunos já vivenciem atividades praticadas no dia a dia do serviço de quartel. “Na disciplina de Salvamento Terrestre, eles têm contato com as principais ferramentas e equipamentos que usamos no serviço. Terão ainda contato com espaço confinado (resgate em poço), instrução de corte de árvores, busca e salvamento em matas, técnicas com escadas, contenção de animais, instrução com elevadores e movimentação e transporte de pessoas em locais de difícil acesso. Tudo isso foi pensando em capacitá-los para as mais diversas situações que encontramos no dia a dia do serviço operacional. Passaremos a teoria em sala e faremos as práticas em local externo, em situações mais próximas possíveis do real”, ressalta.
Uma das disciplinas com maior nível de dificuldade é a de Salvamento Aquático, pela necessidade de aplicação de técnicas de salvamento paralelamente à aptidão de nadar ou flutuar na água. “Os alunos aprendem desde aspectos físicos das praias e noções de maré até detalhes da área de atuação do guarda-vidas, como reconhecer um afogamento, aplicar técnicas de abordagem a uma vítima de afogamento e iniciar os primeiros socorros”, conta o cabo BM Diego Reis, monitor de pelotão e instrutor da disciplina.
O sargento BM José Cordeiro, instrutor de Salvamento Terrestre, Produtos Perigosos e Combate a Incêndio, releva que, além do curso de formação, é importante se manter uma rotina de capacitação continuada no Corpo de Bombeiros. “Estamos trabalhando para deixar o curso de alto nível. Acredito que isso seja fruto dos investimentos em qualificação. Quando se envia militares para fazer cursos de especialização, colhemos esses frutos. Tudo que aprendi nos cursos fora do estado, reproduzo aqui para nossos militares. Acredito que tenho o dever de repassar todo o conhecimento adquirido. É uma forma de ajudar a corporação a evoluir e a salvar mais vidas”.
Fonte e fotos: CBMSE
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