Os cavalos passam por um processo de seleção comportamental para que possam ser utilizados nas sessões realizadas no Parque da Cidade
Com sede no Parque da Cidade, a Polícia Militar possui o Esquadrão de Polícia Montada. O batalhão possui 72 animais entre cavalos e éguas. Um dos objetivos é a prática terapêutica para fins de saúde. No processo, são utilizados cavalos como principais agentes. A equoterapia acontece três dias na semana auxiliando nos tratamentos de disfunções físicas, mentais e de várias síndromes.
A equoterapia acontece quatro dias na semana, As sessões são realizadas por policiais militares especialistas em diversas áreas. Na equipe, há assistente social, médico, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta e equitador. Ao todo, são nove voluntários que se revezam nos turnos da manhã e da tarde. O serviço é oferecido à população de forma gratuita.
O capitão Eduardo Barreto, comandante da cavalaria, explicou que o serviço prestado à comunidade surgiu no ano passado, como uma forma de aumentar a aproximação com a sociedade, por meio de um trabalho terapêutico com o uso de cavalos.
“No início de 2019, a PM, através da cavalaria, resolveu implantar o serviço de equoterapia e colocar à disposição da comunidade. Então, a PM planeja e executa policiamento ostensivo e repressivo, mas também está junto da sociedade com esse serviço social, de proximidade com a comunidade, visando prestar um serviço muito importante para a sociedade sergipana”, elencou.
O trabalho é ofertado de forma gratuita por todos os profissionais do local. “É muito gratificante. Todos os policiais que estão trabalhando aqui são voluntários. Eles não deixaram as atividades de rua, as atividades fins. è no horário de folga, sem remuneração nenhuma. Todos desempenham esse trabalho brilhantemente e com muita satisfação. Não há cobrança nenhuma. Através da Emdagro, houve um convênio e esse prédio ficou à disposição da cavalaria e passamos esse serviço sem custo nenhum para à comunidade”, frisou o comandante da cavalaria.
O cabo Deivison, equitador da equipe, destacou que os cavalos utilizados nas atividades de equoterapia não são os mesmos empregados no policiamento diário. Há um processo de seleção que leva em consideração as características comportamentais dos animais, o que definirá quais as melhores atividades para que o cavalo seja empregado.
“Nós não utilizamos os mesmo cavalos do policiamento. Como o plantel tem vários cavalos, utilizamos os mais tranquilos, mais dóceis, que não tenham tanto medo das adversidades do ambiente, para o cavalo não se assustar ou empinar. Então fazemos uma seleção com os mais tranquilos, que a gente conhece a índole do cavalo”, citou.
“Dentro da seleção que fazemos um trabalho de montaria. Não podemos deixar o cavalo muito tempo parado, temos que fazer exercícios, como uma atividade esportiva, fazemos um trabalho de montaria normal, ao passo, ao trote, ao galope, para fazer com o que o cavalo fique em condição do trabalho com as pessoas”, complementou o cabo Deivison.
A mãe de uma das crianças participantes do projeto, Tamires Santana, disse que só há o que comemorar com os resultados obtidos durante as sessões de equoterapia, realizadas pela unidade da Polícia Militar.
“Meu filho antes de vir para cá não brincava com outras crianças, não falava nada, não costumava se socializar com outras pessoas, com outros lugares. Era muito trabalhoso. E aí nas primeiras vezes deu um certo trabalho para se acostumar. A partir da quarta vez, foi só uma benção. Hoje ele fala, canta, brinca com outras crianças, vai à escola sem problemas. Foi só positividade”, enfatizou.
O pai de uma das crianças assistidas pelo projeto, Ednaldo Araújo, contou que as sessões estão sendo fundamentais para o desenvolvimento da coordenação motora do filho. Desde que começou a ser atendida pelas equipes do local, a criança tem apresentado constantes melhorias na saúde.
“Ele começou esse trabalho em meados do mês de outubro do ano passado. Ele vem fazendo esse trabalho, que tem ajudado muito no desenvolvimento dele, da interação, do convívio social, que tem melhorado muito. Ele está conseguindo melhorar muito o equilíbrio, a questão da coordenação motora. É um trabalho muito bom que tem desenvolvido muito as crianças”, ressaltou.
Movimento Tridimensional
Uma das características que o cavalo possui e é fundamental para o tratamento dessas pessoas atendidas pela equoterapia é o Movimento Tridimensional, como explicou a cabo Ana Nery, equitadora da unidade.
“O Movimento Tridimensional que o cavalo possui é benéfico, principalmente para as pessoas ue necessitam, porque nós seres humanos somos bidimensionais. Os cavalos são tridimensionais, para frente e para trás, de um lado para o outro, para cima e para baixo. Essa informações são imperceptíveis, mas vão para o cérebro. Essas informações tem uma grande valia benéfica para postura, para coluna, para o pescoço. Isso vai tornando as crianças independentes”.
Ela citou que os avanços obtidos pelas pessoas são uma conquista não só para elas mesmas, mas para os pais e para todos os profissionais que atuam na equoterapia. “Temos praticantes aqui com paralisia cerebral que eles chegaram e nem sentavam sem ajuda de cadeira ou de apoio. Uma mãe chegou na semana passada mostrando que ele já conseguia ficar em é, só ela segurando as mãos. A mãe estava em uma alegria imensa”, contou.
Assim, a ajuda dos animais é fundamental para que esses resultados sejam alcançados. “Nós seres humanos, sem a ajuda do cavalo, não conseguimos passar isso para os outros e o cavalo consegue. Atualmente, a gente atende transtorno do espectro autista, paralisia cerebral, microcefalia e síndrome de down”, concluiu.
Fonte e fotos: Ascom SSP/SE
Nenhum comentário:
Postar um comentário