quarta-feira, 27 de maio de 2020

BOMBEIROS FOCAM NO TREINAMENTO SOBRE USO DE EPI E MANOBRAS DE RCP NOS ATENDIMENTOS ÀS VÍTIMAS DE COVID-19.


Para reduzir os riscos de contaminação da tropa por coronavírus durante as ocorrências de atendimento pré-hospitalar, o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) passou a adotar novos protocolos para abordagem às vítimas e a aplicar pequenas mudanças nas manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP). Uma série de vídeos está sendo gravada pelos próprios profissionais da corporação para auxiliar no treinamento das equipes que atuam em todos os quartéis do CBMSE no estado. Também haverá aulas online, por videoconferência, sob coordenação do capitão Valter Alves.

Para garantir a qualidade do treinamento, o sargento BM Arikleber Freire, que também é médico, conta quais as mudanças necessárias para garantir a devida proteção dos socorristas: “Os militares envolvidos nas ocorrências de RCP utilizavam a técnica de compressões torácicas alternando-as com a ventilação com bolsa valva máscara, ‘o chamado ato ambuzar’, para ressuscitar os pacientes vítimas de parada. Tal procedimento possui um elevado risco de gerar aerossóis e contaminação da equipe pelo Covid-19. Diante disso, adotamos um novo procedimento, como recomenda a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), a técnica de selamento da máscara e o uso de um filtro HMEF entre a máscara e o respirador mecânico manual tipo ‘Ambu’, sem realizar o ato ‘ambuzar’ até a chegada de suporte avançado (do Samu) para proceder com a intubação e outras medidas pra RCP, se necessário”, explica.

Tratando-se ainda dos cuidados para a não contaminação, a capacitação envolve também o uso da vestimenta de proteção, sua colocação e a retirada com segurança. A sargento BM Perla Fontenele, que é graduada em Enfermagem, fez um vídeo explicando aos colegas os tipos de equipamento de proteção individual (EPI) do nível 1 a 3 utilizados para segurança durante o atendimento. Segundo ela, estão sendo abordadas tanto a questão das alterações no fluxo de escolhas dos EPIs quanto o manejo dos pacientes com suspeita, que estejam com síndromes gripais ou positivados com o Covid-19.

“No primeiro bloco do treinamento, explicamos os tipos de EPIs utilizados. O EPI tipo 1 engloba a abordagem de pacientes que estão estáveis, não tendo nenhum sinal nem sintoma de síndromes gripais, não sendo necessário conferir as vias aéreas. Os equipamentos utilizados são: avental cirúrgico, máscara cirúrgica, óculos, toca cirúrgica e luva de procedimento. O tipo 2 possui todos os componentes do tipo 1, porém, ao invés da máscara cirúrgica, entra a PPF2, pois fazemos a manipulação das vias aéreas, em que pode ocorrer a liberação de gotículas, ocasionando a contaminação. O nosso EPI tipo 3 é utilizado na abordagem de suspeitos ou positivados do Covid-19, em que se precisa de um local para desequipar, para que não ocorra a contaminação. É composto de um macacão tyvek, óculos, máscara PFF2 que protege quanto à liberação de aerossóis, proteção no coturno e uma viseira para barrar essas gotículas”, esclarece Perla.

Por Brunno Carvalho e Flávia Barreto

Fonte e foto:  CBMSE

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