No dia 16 de março passado, o governador Belivaldo Chagas (PSD) reunia seu staff de trabalho para apresentar seu primeiro decreto determinando medidas de isolamento social em todo o território sergipano, fechando os comércios, limitando aglomerações em espaços públicos e privados, áreas de lazer como cinemas e teatros, suspendendo aulas em escolas e faculdades, além de visitas em presídios e centros de detenção. Além de invisível, a “ameaça” ainda era estranha aos ouvidos comuns: coronavírus (COVID-19). Ela já se propagava por várias regiões do mundo e estava chegando no Brasil.
Sem saber como enfrentar o “inimigo” e diante do descaso com a saúde pública que se arrasta há vários anos e por vários governos, não se encontrou outra saída emergencial: fechar o máximo possível, promover o maior isolamento, porque a medida que a população for se infectando as deficiências na Saúde ficariam expostas. Era uma “tragédia anunciada”! Já são quase 54 mil mortos no País inteiro e, após 100 dias, por mais que os “especialistas” apontem uma data, não chegamos e nem sabemos quando chegaremos ao “pico da pandemia”...
A “grande mídia” propagou que esse “pico” seria em Maio; depois em Junho; e agora já aposta em Julho; o número de infectados continua crescendo, as mortes vão se acumulando e não se tem respostas concretas. Sobre as paralisações, alguns Estados já especulam o retorno das aulas para setembro, como São Paulo (SP), por exemplo. Em Sergipe, por enquanto, não se tem qualquer previsão para escolas e faculdades e, na visão deste colunista, o ano letivo escolar está perdido! Diversos setores da economia também não resistiram à crise.
No momento existe uma forte discussão sobre a retomada do setor produtivo; isso de quem “segue vivo” diante da pandemia, porque muitos postos de trabalho já foram fechados, muitas empresas encerraram suas atividades ou seus donos decretaram falência! É sempre bom frisar que a maioria dos trabalhadores ainda está recebendo seus rendimentos, na integralidade, porque parte de seus salários estão sendo pagos pelo governo federal. Muitos ainda sem poder trabalhar e outros apenas com o serviço de delivery, por exemplo, estão recebendo apenas 30% de suas empresas...
A população “resistiu” o quanto pode, mas os índices de isolamento social comprovam que as pessoas “cansaram” do “fique em casa” e já não respeitam mais a quarentena e nem os decretos governamentais; urgências e emergências de hospitais, das redes privada e pública, estão “bombando” a cada dia, sem regulação os profissionais do Samu fazem o que podem, mas continuamos sem respostas, sem perspectivas. Muitos servidores da Saúde também “cansaram” e alguns já “jogaram a toalha” e apenas cumprem seus respectivos “ofícios”...
Após 100 dias, a impressão é que as pessoas estão se habituando às máscaras e ao álcool em gel, que estão começando a enxergar um “novo mundo” no pós-pandemia, com mais restrições e isolamentos. Tempos mais “frios e sombrios”, “tristes” é verdade! Quem ainda está empregado ou mantém seu negócio “vivo” parece decidido a enfrentar o vírus, a respeitá-lo, mas não temê-lo! Sim, pode ser um risco, isso pode aumentar o contágio, mas os “braços cruzados” também aumentam a miséria e a fome! Foram 100 dias a menos, sem educação, sem saúde, sem muita alegria, sem respostas e sem perspectiva. Pelo menos somos um povo rico em fé! Só nos resta rezar...
Deu tudo errado
O erro maior da “grande mídia”, junto com alguns governadores e líderes partidários foi “politizar” a discussão em torno da saúde. Não “derrubaram” o presidente como planejavam, muitas vidas foram ceifadas e agora teremos milhares de desempregados e desesperados...
Isolamento às pressas
Com os índices de isolamento cada vez menores, a constatação que os governadores agiram de forma açodada, “fechando tudo” sem qualquer planejamento. O vírus continua infectando e matando muita gente e o pior: sem emprego, ninguém segura mais o povo em casa. Até a mídia perdeu o crédito...
Todos serão cobrados
Para quem achava que apenas o presidente da República seria responsabilizado, o cenário hoje nas ruas é de uma “divisão generosa” dessa tal “culpabilidade”, onde prefeitos e governadores já muito criticados, também serão responsabilizados. Ninguém vai escapar da cobrança popular.
Desserviço da mídia
No momento em que os governantes estão tendo a maior dificuldade em convencer as pessoas a continuarem em quarentena, a “grande mídia” insiste em promover temas para tentar desgastar a imagem do presidente ou desestabilizar o governo federal. Poderiam ser mais educativas junto à população.
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