segunda-feira, 3 de agosto de 2020

CABE AO ELEITOR COMPARAR E VER QUEM MELHOR REPRESENTA BOLSONARO.

Juízo é do pré-candidato à Prefeitura de Aracaju, o delegado Paulo Márcio


Político de direita declarado, o pré-candidato a prefeito de Aracaju, o delegado Paulo Márcio (DC), vem atraindo a atenção de seguidores do presidente Jair Bolsonaro; e até já se reuniu com lideranças para discutir apoio político. Paulo Márcio, contudo, não é mais um a rotular a si próprio bolsonarista. Permite à população o julgamento. “Apresentar-me como bolsonarista, nesse momento, apenas para arregimentar o voto desse segmento do eleitorado conservador, seria de um oportunismo ímpar. Cabe ao eleitorado conservador fazer a comparação entre os pré-candidatos e decidir quem melhor o representa”, diz o pré-candidato, nesta entrevista que concedeu ao Universo, neste sábado, dia 1º de agosto.

Com quem o senhor esteve reunido, esta semana, e o que trataram?

Eu estive reunido com um grupo de lideranças da direita, que vem acompanhado atentamente os pré-candidatos de oposição para decidir quem apoiar para a Prefeitura de Aracaju. São lideranças informais, isto é, não se encontram à frente de partidos políticos ou desses movimentos financiados por grandes empresários, como o Renova BR, que costumam usar as siglas partidárias como barriga de aluguel. Eles são bolsonaristas raiz, para usar uma expressão da moda, e queriam me conhecer melhor para decidir sobre um eventual apoio. Meus conhecidos posicionamentos em relação às irregularidades da administração Edvaldo Nogueira e em defesa da liberdade de expressão e da livre manifestação do pensamento ante as ameaças do Projeto de Lei de autoria do senador Alessandro Vieira (Projeto de Lei das Fake News), chamaram a atenção dessas lideranças e concorreram para essa aproximação, que pode resultar em um apoio decisivo no pleito de 2020.

Está otimista?

Chegar onde chegamos, sem nenhuma estrutura e sem gastar um tostão de origem pública ou privada, apenas dialogando com o povo através das redes sociais e dos espaços generosamente concedidos pela imprensa livre e independente, é motivo de orgulho e razão para estarmos otimistas em relação às eleições. Mas não podemos ser ingênuos, não podemos nos descuidar nem nos deslumbrar. A Democracia Cristã (DC) me deu a oportunidade de concorrer à Prefeitura de Aracaju e, graças à nossa persistência e capacidade de dialogar com os mais diversos segmentos da sociedade, hoje me encontro entre os quatro primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto. Mas daqui por diante as coisas ficarão mais difíceis, uma vez que o nosso partido não tem direito a horário gratuito de rádio e televisão nem condições de contratar uma agência de publicidade. Daí a importância de novos apoios e da formação de uma militância digital para impulsionar nossa campanha na internet, levando nossa mensagem ao eleitorado de todos os bairros e classes sociais.

O senhor tem tido o nome ventilado dentro da possibilidade de abir mão da pré-candidatura a prefeito para ser pré-candidato a vice-prefeito. Como avalia isso?

Eu fico honrado com os convites nesse sentido, porque vêm de pessoas cuja trajetória não possui qualquer mácula e com as quais tenho bastante afinidade. Mas a decisão de ser pré-candidato à Prefeitura de Aracaju foi tomada em caráter irrevogável. Venho pavimentando essa estrada desde setembro de 2019 e, salvo motivo de força maior, disputarei o pleito como cabeça de chapa, com a bênção de Deus e o apoio do povo aracajuano.

A sua pré-candidatura à Prefeitura de Aracaju é a que tem mais sintonia com o presidente Jair Bolsonaro?

Se ter sintonia com Bolsonaro é defender os valores e tradições familiares, o combate à corrupção, a valorização dos profissionais da segurança pública e membros das forças armadas, o resgate do civismo e do patriotismo nas escolas, o corte nos excessos da Lei Rouanet, dentre outras bandeiras da direita, sem sombra de dúvida que a minha pré-candidatura é a que mais tem afinidade com o discurso bolsonarista. Além do mais, eu votei em Bolsonaro nos dois turnos das eleições de 2018 e deixei isso registrado em minhas redes sociais. Isso não me impede, no entanto, de discordar do presidente em relação a algumas questões específicas, como já fiz algumas vezes. Semelhanças à parte, tenho uma personalidade muito forte e as minhas próprias idiossincrasias. Não preciso, portanto, me transformar em uma caricatura de Bolsonaro para cativar seus eleitores, como fazem alguns pré-candidatos a quem falta o senso do ridículo.

O rótulo de bolsonarista, por outro lado, não o deixa em situação difícil frente aos eleitores que são radicalmente contra o presidente, algo evidente, sobretudo nesta pandemia de coronavírus?

Como eu tenho respondido em diversas ocasiões, eu guardo afinidades com o presidente Jair Bolsonaro e fui um dos milhões de milhões de brasileiros que o ajudaram a se eleger presidente da República, em 2018. Mas eu nunca me declarei bolsonarista, uma vez que não milito junto a movimentos bolsonaristas e tenho compromisso com José Maria Eymael, presidente nacional da Democracia Cristã, que já demonstrou interesse em concorrer à Presidência da República em 2022. Apresentar-me como bolsonarista nesse momento, apenas para arregimentar o voto desse segmento do eleitorado conservador, seria de um oportunismo ímpar. Cabe ao eleitorado conservador fazer a comparação entre os pré-candidatos e decidir quem melhor o representa, não obstante as particularidades de cada um. Honestamente, prefiro perder a eleição a construir uma relação com o eleitor baseada na mentira e no oportunismo.

O senhor se define hoje como um político de direita ou apenas anti esquerda?

Eu rompi com a esquerda em 2009. Desde então venho votando em candidatos da direita não só para a Presidência da República como para o Governo do Estado. Além disso, tenho inúmeros artigos publicados aqui no Universo e em outros sites e portais, criticando sistematicamente os governos Lula e Dilma, bem como os últimos governos locais, todos de esquerda. Por outro lado, defendo causas e bandeiras de direita, seja no campo político ou em matéria de costumes. Isso não quer dizer que eu seja intolerante em relação às pessoas ou ideias da esquerda. Mas declaro-me, com muito orgulho, como um conservador convicto, um político de direita, que faz coro com aqueles que bradam que “a nossa bandeira jamais será vermelha”.

Em sua maioria, o eleitor tem a noção exata do que é ser um político de direita, quais as bandeiras hasteadas ou o discurso da esquerda conseguiu persuadir que a direita representa algo que não serve ao coletivo?

Historicamente, a distinção entre direita e esquerda remonta ao período da Revolução Francesa. Os girondinos, mais moderados e conciliadores, ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, ao passo que os exaltados e radicais jacobinos acomodavam-se no setor esquerdo do parlamento. Ser de direita atualmente, portanto, implica defender as ideias liberais no campo econômico (propriedade privada, economia de mercado, livre concorrência, redução do tamanho do estado) e conservadoras em matéria de costumes, como a criminalização do comércio de drogas, a proibição do aborto, a manutenção dos princípios e valores da família tradicional, a defesa da ordem, etc. A esquerda, por sua vez, defende teses absolutamente contrárias, como a legalização do comércio de drogas, a descriminalização do aborto, a abolição da propriedade privada, o controle da imprensa e da internet, a ideologia de gênero, dentre outros. Ao fim e ao cabo, a esquerda almeja substituir o atual modelo de sociedade por outro completamente diferente. Trata-se, à evidência, de uma utopia que produz desastres como Cuba, Coréia do Norte, União Soviética e Venezuela. Mas a manipulação da esquerda por meio da arte, da literatura, do cinema, da imprensa, da pedagogia e outros recursos utilizados pelo marxismo cultural faz com que, principalmente os jovens, associem conservadorismo a atraso, empreendedorismo a exploração, capitalismo a espoliação. A boa notícia é que a maioria das pessoas amadurece e consegue se libertar dessa ideologia autodestrutiva. É por isso que o espirituoso economista Roberto Campos gostava de reproduzir a seguinte frase: “Quem não é socialista antes dos vinte não tem coração; quem continua socialista depois dos quarentena não tem intelecto”.

Fonte:  Universo Político (Joedson Telles)

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