Depois que recebeu alta, Antônio Jefferson agradeceu, primeiro a Deus, depois ao soldado Carvalho Neto, e, de modo especial, ao comandante geral da Polícia Militar, coronel Marcony Cabral, pelas instruções e orientações dadas de forma eficaz, não só ao soldado Carvalho Neto, mas a todos que compõem a corporação militar. O taxista também destaca o comandante do Gati, capitão Fernando Costa Silva.
História
Carvalho Neto tomou conhecimento do acidente através do seu pai, o economista José Carlos Macedo Ferreira, por volta das duas horas da manhã, pois a esposa de Antônio Jefferson o telefonou para contar sobre o acidente. “Por volta das 2 horas da manhã, fui acordado por meu pai, que falou do ocorrido e, de imediato, me propus a ir junto”, contou.
Ao chegar ao local, perguntou por Antonio Jefferson e foi informado pela socorrista do Samu (Serviço Médico de Urgência), que ele ainda se encontrava na ribanceira onde o veículo colidiu com uma árvore.
“Sem pensar duas vezes, antes mesmo de me preocupar com minha segurança e saúde, saí correndo em direção ao veículo, que se encontrava num lugar escuro, fazendo uso de uma lanterna. Do local onde estava a ambulância do Samu, só foi possível identificar uma pequena parte do teto do carro. Mesmo assim, sem analisar as consequências, atravessei correndo sem observar se vinha carro ou não e atravessei a BR 101, me lancei na ribanceira onde estava o veículo e no local constatei que o mesmo já se encontrava fora do carro, de olhos fechados e estático. Fiz o primeiro contato verbal com Jefferson e tive êxito na resposta. Perguntei o que ele estava sentindo e se podia se movimentar, o mesmo informou que estava com muitas dores, que não podia se movimentar”, relembrou o soldado.
Ele diz que a socorrista do Samu precisava imobilizar Antônio Jefferson, mas não tinha a tala adequada para isso. E a socorrista o solicitou que fosse até a viatura buscar uma tala maior, pois aquela que ela havia levado não era compatível para a lesão apresentada. “O mais rápido possível para não haver uma piora no quadro de saúde do Jefferson, peguei a tala com o motorista da ambulância e voltei correndo para o local onde estavam já a vítima, a socorrista e o meu pai, José Carlos, que também foi para ajudar”.
Durante o retorno para a viatura do Samu, com Antônio Jefferson devidamente imobilizado na maca, Carvalho Neto, que ajudava a socorrista, chegou a cair. “Subindo o barranco carregando a vítima na prancha acabei caindo de costas devido ao mato e o capim terem se entrelaçado em meus pés. Na queda, a prancha com a vítima caiu em cima do meu pé direito, e tomando fôlego novamente, desconsiderando a fadiga e as dores no pé consegui me reerguer e, finalmente, conseguimos tirar a vítima do barranco”.
Mas a missão de Carvalho Neto não termina aí. Depois que Antônio Jefferson foi colocado na viatura e levado para o Hospital João Alves, Carvalho Neto teve que voltar ao Corolla, pois havia um forte cheiro de gás (GNV) e se não fossem tomadas as providências necessárias poderia ocorrer uma explosão. “Fui até o carro que ainda estava na ribanceira para fechar a válvula do GNV, pois durante o resgate sentia o cheiro do gás. Eu fiquei no local juntamente com meu pai, José Carlos, onde aguardamos o resgate do veículo, pois o guincho já tinha sido acionado pela esposa da vítima”, destacou.
Sem EPIs
Carvalho Neto observa que no resgate para salvar a vida de Antônio Jefferson o perigo foi constante, tanto durante a travessia da BR-101 e também por estar sem os equipamentos de proteção individual (EPIs) para proteger sua integridade física. “Sem contar que havia, ainda, o risco de explosão do veículo”, frisou.
“Empreguei todo o conhecimento adquirido no Curso de Formação de Soldado, com reforço durante o curso de Operações Táticas em Áreas Rurais (Cotar)”, disse Carvalho Neto, ao ressaltar que a ação dele foi vista como positiva pela equipe de resgate, pela esposa da vítima e demais autoridades que souberam do ocorrido.
Fonte: SOSERGIPE
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