Um político experiente do nosso Estado, muito bem sucedido em sua trajetória, costuma dizer que talvez o grande segredo do seu sucesso seja “saber ouvir mais do que falar”, ou seja, não que o mesmo seja omisso, mas ele demonstra ter humildade de, mesmo vitorioso, entender que a Política é um aprendizado diário e continuado. O problema é que nem todos têm essa mesma leitura do cenário e acham que, se chegaram ao topo da pirâmide, isso se deu por “méritos próprios” e não por um conjunto de fatores.
Sem muitos “rodeios”, este colunista abre uma reflexão sobre a postura do senador Alessandro Vieira (Cidadania), delegado de polícia de carreira, político de primeiro mandato e pré-candidato natural ao governo do Estado em 2022. Eleito literalmente “pegando carona” na “onda” que elegeu o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), decidiu “romper” com o governo federal quando da saída do então ministro Sérgio Moro. Talvez apostando na “queda” do presidente…
Eleito com a força das redes sociais, Alessandro iniciou um mandato se apresentando como “melhor e diferente” da maioria dos políticos do Estado. Muita arrogância para um “neófito”, diga-se de passagem! Chegou ao Senado querendo “causar”, defendendo pautas que enchiam o seu ego, mas que em nada contemplavam os sergipanos, em especial aqueles dos municípios mais distantes, que lhe confiaram o voto. Pior: assim como Sérgio Moro, ainda pegou para si uma “pecha” de “traidor”…
A análise é tão real que o desgaste de Alessandro ficou claro na eleição de Aracaju, prejudicando diretamente a candidatura da delegada Danielle Garcia para prefeita que, ainda assim, obteve mais de 100 mil votos no embate contra Edvaldo Nogueira (PDT). Depois disso, o senador iniciou 2021 apostando tudo na já “fatídica” CPI da Covid que, até agora, não chegou ao presidente da República e ainda foi prorrogada por mais três meses, sem nada muito produtivo para o Brasil e para Sergipe.
Agora, quando deveria iniciar o processo de fortalecimento do Cidadania, considerando que vai disputar o governo do Estado no próximo ano, vaidoso e “senhor da razão”, pouco tempo depois de “refugar” no anúncio de sair da legenda, Alessandro viu Danielle Garcia, um dos quadros de maior projeção, se filiar no Podemos e buscar o protagonismo e independência que não tinha no Cidadania, além de livrar do “peso” do desgaste do senador. Isso é nítido nas ruas de Sergipe…
Como se não bastasse, o Cidadania acaba de perder um dos seus “pilares”: Dr. Emerson Ferreira filia-se ao PSB, com a aprovação dos seus, deixando Alessandro e sua “empáfia”! A legenda que mais projetava crescer, após 2018, menos de três anos depois já desidrata, e ainda pode perder mais quadros importantes. Bem que o senador, para não ficar no primeiro e único mandato, poderia ouvir o ensinamento do “velho político”, ouvindo mais e falando menos. Pode faltar gente para “apagar a luz”…
Fonte: Faxaju (coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte)