sexta-feira, 23 de julho de 2021

A LOUCURA DOS ÍNDICES DA OPOSIÇÃO E OS GRUPOS POLÍTICOS.


Analisamos à apresentação do nome de Daniela Garcia para o Governo do Estado como um ato de Dionísio, o deus Grego da embriaguez e do descomedimento, levando à loucura momentânea e morte política de um grupo marcado pela ideologia sem critérios da renovação política. Política se faz com razão, conhecimento histórico e estratégia e não com paixões momentâneas ou bandeiras sem palanques. Veja que em seu primeiro discurso a delegada disse que é independente e não pretende ter como padrinho político o senador Alessandro Vieira.

DG é uma mulher inteligente, carismática, profissional exemplar, dentre tantos outros adjetivos que lhe cabem. Todavia, todas essas qualidades não lhe credenciam a apostar na governadoria do Estado e muito menos no senado. O fato é que DG espera o “distritão” para candidatar-se à Câmara Federal. Precisamos lembrar que os Valadares – Pai e Filho – deram uma lição de humildade quando VF aceitou ser a vice de DG na disputa à prefeitura de Aracaju. Para os seguidores e familiares dos “Valadares” tal conduta era inaceitável, considerando que Valadares Filho foi duas vezes deputado federal, candidato a governador e a prefeito de Aracaju. VP (Valadares Pai) é dono de um cabedal político gigantesco e, com certeza, sozinhos chegariam facilmente ao segundo turno, talvez até com mais votos que a própria Daniela. Havia ainda a possibilidade de Rodrigo Valadares apoiar o primo e assim unir a família de grande expressão política local em torno da sua campanha, com chances reais de êxito.

Ainda assim, os “Valadares” recuaram e, naquela oportunidade, preferiram se aliar à Delegada, que trazia consigo todo apelo de mudança traçado pelo seu colega Alexandro Vieira que pouco apareceu na campanha. Cláudio Nunes bem escreveu (21/07): “Alessandro Vieira é filiado ao Cidadania, ou seja, comemora as velhas práticas onde os políticos filiam suas lideranças em vários partidos numa verdadeira salada de ideologias e propostas apenas com interesses eleitorais. Agora Daniela “comandará” um partido. Ou seja, tanto Alessandro, como Daniela Garcia, que dizem representarem novas práticas, são iguais aos que sempre criticam”.

Penso que estar a serviço desses espíritos antagônicos é a verdadeira essência da loucura divina e AV se inclui nesse contexto. Um amigo delegado questionou-me: “Faustinho você e muitos que pensam a política sergipana podem estar novamente subestimando Alessandro. Ele corre por fora ao Governo…”. Como dissemos acima, AV entrou na contramão de tudo que pregou até agora. Aliou-se aos Valadares com DG quando achou conveniente e colocou Zezinho Sobral para correr do PODEMOS. Isso é fazer política velha como bem disse o jornalista Cláudio Nunes.

A prematuridade do lançamento da chapa a Governo – AV e DG – e/ou vice-versa com certeza vai dar índices que podem bater entre 15 a 25 %. Isso é fato! Caso Valadares Pai, Valmir de Francisquinho e Rodrigo Valadares se lançassem hoje como candidatos de oposição chegariam aos mesmos índices que os delegados. São todos oposição! Ao contrário de Rogério Carvalho, que ainda continua no Governo, mesmo sabendo que é candidato. Bater índice é fácil, mantê-los é que é difícil e, neste momento, entra a máquina do “grupo político”.

O Governo de Belivaldo “Resolvedor” possui um grupo político por estar no poder. Aliam-se a ele os “Mitidieris”, os pastores – Heleno e Jony -, os Reis, Edvaldo (com o PDT de Fábio Henrique que deve apoiar Lula), agora os Mouras e mais uns dois. Deve perder o PT pois BC não cometerá mais o erro de manter possíveis adversários nas tetas do Governo. Os “Valadares” também possuem grupo graças ao capital político do Pai e do Filho. O PT de RC tem o grupo da militância e a desgastada herança de Marcelo Déda que vem sendo carcomida desde sua desencarnação. A oposição de outrora que hoje é formada por Walmir de Francisquinho, Valdevan Noventa, Rodrigo Valadares e outros têm um grupo político de uma nova geração, sem desgastes. DG e AV ainda não têm grupo político como bem completou um amigo delegado: “Quanto a AV realmente há um desgaste grande no meio em que circulamos.”. Desta feita, vemos que o bom Aristóteles já dizia que “… o homem é um ser que necessita de coisas e dos outros, sendo por isso, um ser carente e imperfeito…”

O saudoso Antônio Carlos Franco sempre dizia em seus poucos discursos: “Sou um homem de grupo”. Sabia ele que a conquista do voto e do poder passa pelo partido e pelos que se unem em busca do poder para, juntos, trabalhar por dias melhores. Homem de uma palavra só, ACF, até hoje, é lembrado como um dos maiores políticos de Sergipe, pois sabia onde cabia cada um do seu grupo. Política é a arte da representatividade, em que todos os cidadãos devem participar das decisões dos seus grupos políticos e na qual a moderação deve reinar, não a loucura momentânea dos índices sem a base eleitoral.

Fonte:  Infonet (artigo escrito por Fausto Leite)

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