segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

PROTESTO DE POLICIAIS EM MINAS GERAIS: COMO FOI A MANIFESTAÇÃO DAS FORÇAS DE SEGURANÇA QUE TEVE APOIO DO COMANDANTE-GERAL DA PM. CONFIRAM OS VÍDEOS.

Saiba o porquê as forças de seguranças se reuniram para protestar nesta segunda-feira e os impactos da manifestação em Belo Horizonte

Confira como foi a manifestação dos policiais em BH - Foto: Flávio Tavares

Mal o sol tinha raiado e agentes das forças de segurança de Minas Gerais, como bombeiros, policiais militares e civis, além de agentes socieducativos, se reuniram na praça da Estação, no centro de Belo Horizonte. Em grito uníssono, eles protestavam contra dois vetos da gestão Zema sobre a recomposição salarial prometida ainda em 2019.

O ato prometeu tomar a manhã e tarde desta segunda-feira (21). Para você não se perder sobre os acontecimentos, criamos um guia contando os principais movimentos do protesto. Confira abaixo:

Por que as forças de segurança protestam contra Zema em BH?

Tudo começou em 2019, quando as forças de segurança foram às ruas para pedir a recomposição salarial, que não tinham desde 2015. 

Na época, Zema fez um acordo e apresentou um projeto de lei concedendo 13% em 2020, 12% em 2021 e 12% em 2022. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou a proposta, e o primeiro reajuste, de 13%, foi pago em 2020.

Entretanto, o governador descumpriu o acordo e vetou as duas últimas parcelas da recomposição, que agora são novamente cobradas pelos servidores da área. No total, os trabalhadores teriam uma recomposição de 41% como forma de compensar os efeitos da inflação.

O governo de Minas argumenta que aguarda a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para aplicar a recomposição da inflação sobre o salário de todas as categorias de servidores estaduais.

Veja os vídeos: 


A que horas o protesto dos policiais teve início?

Antes das 8h, ônibus com membros das forças de segurança do interior de Minas já estacionavam próximo à praça da Estação. Eles se juntaram a agentes de Belo Horizonte. O protesto teve início por volta das 9h desta segunda-feira.

Somente policiais de Belo Horizonte participaram do protesto?

Não. Policiais de todo o Estado se juntaram ao movimento. Os veículos partiam de Governador Valadares, Itabira e Uberlândia, por exemplo.

De acordo com o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindipol), as caravanas foram feitas por policiais civis, policiais militares e membros da Polícia Penal. "Os policiais que não conseguiram vir estão realizando a estrita legalidade", disse o sindicato. 

Tivemos protestos dos policiais no interior de Minas Gerais?

Não há registro de protestos pelo interior mineiro. A estrita legalidade citada pelo sindicato é um policial não participar de ocorrências ou diligências, por exemplo, caso esteja sozinho, ou não se coloquem em situação de risco ou tentem suprir por conta própria o que identificam como déficit de policiais e falta de estrutura.

Quantos agentes de segurança participaram dos protestos em BH?

A previsão inicial da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG) é que o protesto reúna até 20 mil pessoas, 6.000 vindas do interior do Estado.


Como ficou o trânsito em BH em virtude do protesto?

O protesto teve como intinerário de partida a saída da praça da Estação em direção à praça Sete. Como o movimento teve grande adesão de agentes, o trânsito no marco central ficou comprometido, atrapalhando a circulação de veículos.

Somente com o deslocamento rumo à praça da Assembleia, que passou pela praça Raul Soares e avenida Olegário Maciel, que a situação se normalizou no Pirulito e seus entornos. Porém, nessas vias, a situação ficou comprometida, conforme o deslocamento.

Quem está intermediando a negociação com os manifestantes?

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PV), recebeu deputados e lideranças sindicais ligadas às forças de segurança no Estado após manifestação da categoria. Os representantes apresentaram a ele um documento em que se posicionam contra o Regime de Recuperação Fiscal. A principal pauta da segurança é a recomposição de 24% que foi proposta pelo governador Romeu Zema (Novo) no fim de 2019, mas vetada por ele próprio após ter sido aprovada no Legislativo.

Para Agostinho Patrus (PV), falta ao governo Zema uma característica tradicional da política mineira: a abertura ao diálogo, tanto para discutir a recomposição salarial, quanto para tratar do Regime de Recuperação Fiscal, que os manifestantes são contrários. “Eu sinto que Minas, que sempre foi do diálogo e exemplo para o Brasil, vive hoje um momento triste em que não há diálogo”, afirmou. 

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