A Justiça paulista também terminou o afastamento dos demais diretores do SindMotoristas, todos suspeitos de lavagem de dinheiro, ocultação de bens, direitos ou valores e organização criminosa.
Uma operação realizada este mês pela Polícia de São Paulo, em cumprimento a mandados de busca e apreensão, fez uma devassa na fazenda de Valdevan Noventa, localicalizada no município sergipano de Arauá. Os policiais apreenderam 50 cavalos de raça, um dos quais avaliado em R$ 2 milhões, relógios de luxo, carros sem registro e 160 cestas básicas. Segundo os agentes paulistas, o ex-deputado teria colocado 20 imóveis seus em nome de “laranjas”.
A investigação feita pela Polícia revela que o grupo liderado por Valdevan Noventa é suspeito de movimentar R$ 20 milhões por ano de recursos indevidos recebidos como propina. O dinheiro seria desviado de subsídios pagos pelas Prefeitura de São Paulo a empresas de ônibus. Também são apurados crimes como ameaça, extorsão e apropriação indébita. Pelo menos 17 pessoas estariam envolvidas no esquema criminoso.
Após a decisão da Justiça, o SindMotoristas informou em nota que, “até o presente momento, nem o sindicato e tampouco os referidos diretores foram notificados sobre o tema”. “Até então, toda diretoria segue ATUANDO E RESPEITANDO a justiça, bem como tem colaborado para todos os passos e andamentos do inquérito e processo em trâmites. Oportunamente, o Departamento Jurídico da entidade tomará todas as medidas judiciais cabíveis”, diz o comunicado.
Enriquecimento suspeito
Presidente licenciado do SindMotoristas, Valdevan Noventa teve o mandato parlamentar cassado pela Justiça Eleitoral de Sergipe, em maio de 2020, sob a acusação de arrecadar recursos ilícitos e de origem não identificada. Em março deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve a decisão, por unanimidade.
Vandevan também é suspeito de enriquecimento político. “Segundo a investigação, cerca de R$ 29 milhões do patrimônio dele vêm de extorsão de trabalhadores e empresas durante a atuação do ex-deputado no sindicato. Nos documentos que fazem parte da investigação consta a informação de que Valdevan “coleciona antecedentes criminais”, entre eles, “roubo e estupro” e “suspeita pelo homicídio do sindicalista Severino Teotônio do Nascimento”, que atuava no Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de São Paulo.
Apesar de estar licenciado, Valdevan Noventa tinha participação ativa no sindicato. Ele chegou a participar das negociações das últimas greves da categoria com o poder público. No dia 14 de junho, o deputado cassado assinou um acordo para suspender o movimento junto com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, em conjunto com Valmir Santana da Paz, atual presidente do SindMotoristas.
Mandato cassado
A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal confirmou a cassação do deputado federal bolsonarista Valdevan de Jesus Santos, conhecido como Valdevan Noventa (PL-SE).
Valdevan foi condenado por abuso de poder econômico, pois ficou comprovado que moradores de municípios sergipanos foram pressionados para simular doações ao candidato. A investigação mostrou dezenas de doações de R$ 1.050 feitas em uma mesma agência bancária e em dias próximos.
Fonte G1
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