"O declarante não sabe precisar o motivo pelo qual nutriu dentro de si a compulsão em ver e armazenar pornografia infantojuvenil", narra o termo de declaração.
De acordo com os policiais, o anestesista afirmou “que nunca chegou a abusar sexualmente de crianças, mas satisfaz sua libido vendo imagens e vídeos tanto de meninos quanto meninas”.
O médico ainda admitiu que fazia tudo sozinho e que não contou com a participação de outras pessoas “para esfregar seu pênis nas pacientes”.
Segundo ele, o momento era a hora em que estivesse sozinho com as mulheres.
Os investigadores descobriram que o médico chegou a ir em uma cirurgia sem se quer estar escalado.
“O declarante esclarece que no caso não era o anestesista responsável, mas é comum que os médicos tenham acesso as pacientes no momento da pré e pós-cirurgia”, diz o termo.
Segundo a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), durante a investigação a polícia encontrou mais de 20 mil mídias de abusos infantis — junto desses, três vídeos era do anestesista abusando de pacientes completamente sedadas durante as cirurgias.
O médico utilizava um perfil falso, em que simulava ser uma criança, e a partir daí se aproximava das vítimas, segundo a polícia. Logo depois, o suspeito sugeria a troca de imagens e vídeos de cunho sexual com os menores.
“Encontramos gravações de tela de seu celular com conversas com crianças que enviavam fotos e vídeos. Como esses dispositivos se apagam, ele aproveitava para gravar e armazenar o conteúdo para utilização futura”, disse o delegado que investiga o caso.
Parte desses arquivos, segundo o Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil, pode ter sido obtida através da tática do grooming — quando o criminoso estabelece uma relação de confiança e cria uma ligação emocional com a criança até que ela aceite enviar material, afirmou o órgão da PF à Polícia Civil.
A polícia acredita que esse conteúdo produzido pelo médico era compartilhado na deep web - onde há distribuição desse tipo de arquivo de pornografia, mas que onde a fiscalização é mais difícil.
Nesta segunda, a Justiça expediu o mandado de prisão, busca e apreensão contra o anestesista por estupro de vulnerável. O inquérito da pornografia infantil foi remetido para a Vara Especializada em Crimes contra Criança e Adolescentes.
Foto: reprodução/TV Globo
Fonte: IG/Último Segundo
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