Na época, Evenilson, que havia se mudado para Recife (PE), estava na posição de âncora de um programa que abrange o estado de Pernambuco e narrava fatos da cobertura, quando foi alertado por um internauta sobre um comentário específico na transmissão em uma plataforma de streaming.
“Eu estava falando sobre dois desaparecidos, e para mim, falar sobre eles era o mais importante, mas ela se incomodou porque eu falei ‘esses jovens estão desaparecidos há dias’, e eram homens de trinta e poucos anos. Ela disse “esse macaco que apresenta é louco?”, ela se incomodou porque eu chamei eles de jovens, não tinha nem justificativa plausível”, explicou.
O jornalista conta que a mulher chegou a reiterar a injúria na aba de comentários após escrever a palavra de maneira errada. Ele também lembra como o episódio o desestabilizou emocionalmente.
“Ela escreveu macaco com a letra n, e fez questão de escrever na linha logo abaixo: ‘ma ca co’, para comprovar que ela queria me chamar de macaco. Quando eu fui entregar o programa para a minha colega, meu editor me deu 30 segundos para encerrar e comentar o caso, mas eu comecei a chorar, falei algumas coisas, fiquei em desespero e depois fui acolhido pelos colegas”, completou.
De acordo com Evenilson, ele prestou uma queixa online, o caso foi encaminhado para o setor de crimes Cibernéticos e acompanhado pelo DHPP da Polícia Civil de Pernambuco. A mulher, assim como testemunhas arroladas pelo jornalista, foram ouvidas e a acusada indiciada por injúria racial.
“Ela disse que talvez a conta dela foi hackeada, que ela não sabe, que ela não é racista porque também é preta, mas o delegado disse que não se convenceu. O delegado concluiu que ela cometeu o crime de injúria racial, pois como foi caracterizado para mim em especial, não à coletividade, foi injúria racial. Agora cabe ao Ministério Público dar sequência e saber qual vai ser o posicionamento”, disse ele ainda.
Fonte: Fan F1
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