Eu ia para as discotecas ou shows, para dançar e paquerar, bebia uma dose de cuba-libre ( rum com coca cola ), para dar coragem de chamar as garotas pra dançar e elas aguardavam esse momento ansiosas.
Hoje em dia os jovens vão para as baladas, os homens não vão paquerar, vão beber e se drogar e as mulheres por sua vez não querem ser paqueradas, vão ralar a checa no chão.
Lembro bem quando eu me deslocava do bairro 18 do Forte, onde eu residia para ir aos shows no Constâncio Vieira, ia e voltava de madrugada e nem uma mosca me incomodava, também não via tantos moradores de rua, naquela época o povo preferia trabalhar.
Importante relatar que menores de idade podiam trabalhar com carteira assinada, aos quatorze anos de idade eu comecei a trabalhar fichado, como falamos à época, sem prejuízo do estudo.
Não existia nenhum tipo de bolsa preguiça, quem mantinha a família era o homem com a ajuda da esposa, e não o Estado brasileiro.
Também era gostoso chamar o amigo de negão, até mesmo se fosse branco ou de camarão quando era muito branco e era normal.
Final de semana eu ligava minha radiola e tocava um LP de Roberto Carlos no volume máximo, então o vizinho gritava, " vizinho, aumente o volume, gosto demais de Roberto ", nós dias de hoje lotam o setor de chamadas da polícia de reclamação.
E no carnaval, praça do povo, Iate Clube, Cotiguiba, Clube do Vasco e as charangas pelas ruas.
Mas atualmente se tocar o som um pouco mais alto, vão o cachorro e o dono para o psicólogo com transtorno psicológicos o pet não pode ouvir música alta.
Também tinha gay, que só queria ser gay e pronto, tinha lésbica que queria ser lésbica, Clodovil sempre dizia que se orgulhava de ser ser humano e que ser gay era a opção sexual dele, Rogéria, era uma transformista da época, também não fazia nenhum tipo de lacração devido sua opção sexual e Roberta Close, foi o primeiro trans do Brasil, fez mudança de sexo e ficou no seu canto, nunca impôs sua condição para outras pessoas.
Resumindo, vivi anos dourados, sem lacração, feliz porque pude viver os dois momentos do Brasil, o de ouro o qual até hoje tenho belas recordações e o atual lixo que se tornou nosso país.
Porém sinto uma tristeza muito grande porque meus filhos e netos só conhecerão esse Brasil da corrupção, do vandalismo e da lacração.
Artigo escrito por Edgard Menezes
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