Vamos aos fatos: é importante o deputado federal entender que se um gestor público não cumpre com suas obrigações, cabe aos órgãos de controle a devida fiscalização sim, e também cabe à imprensa, a nós jornalistas, representar e externar os anseios da sociedade, defender os interesses do povo! O deputado se revela incomodado porque repercutiu negativamente nas redes sociais sua postura de recorrer aos Ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos para apurar a ação policial recente que resultou nas mortes de quatro homens negros, no Bairro Industrial, em Aracaju. Sendo que, no dia anterior, os quatro renderam e assaltaram um policial civil e, na ação de captura, reagiram contra as forças de segurança, vindo à óbito.
Mas o pior viria a seguir: na nota João Daniel já “sentencia” todos os policiais envolvidos naquela operação afirmando que “NÃO HOUVE QUALQUER ATAQUE”! Isso é muito grave! Este colunista, diferente do que o deputado pensa, não defende “EXCESSOS”! Nem da imprensa, nem da polícia e, muito menos, dos POLÍTICOS! Mas, com todo respeito, as colocações do petista (serão publicadas, na íntegra, a seguir), colocam em suspeição todos os membros das forças de segurança que participaram da tentativa de prisão dos quatros “INOCENTES” que teriam roubado a corrente de ouro e a arma de um agente. E aqui vale o “replay”: não se pode inverter os papéis, deputado!
“Uma polícia abusiva é benéfica à sociedade? Qual o receio mesmo?”. Com estas indagações, João Daniel e sua assessoria deixaram outra grande “INTERROGAÇÃO” na mente deste colunista: são questionamentos ou isso é uma afirmação? Seguindo, o deputado fala em “fake News”, “juízo de valor” e “desinformação” quando se refere a tudo o que vem sendo publicado a seu respeito, mas como este colunista só havia escrito agora sobre o tema, não vai comentar a análise de outros colegas de profissão, considerando que ainda vivemos em um País que preserva o Estado Democrático de Direito. E João Daniel não precisa “enfrentar” este jornalista como ele cita a nota: aqui o debate é aberto e respeitoso, independente de RAÇA, ETNIA, RELIGIÃO...
Em seguida, em tom mais “ameno”, o deputado federal diz: “Habacuque, nós não somos contra policiais, pelo contrário, como o demonstrado, estamos ao lado deles, porque são trabalhadores em condições adversas e precisam de apoio”. Ótimo! Agora a crítica ao deputado se deu porque, por exemplo, este colunista não tem informações de que o petista ou alguém de sua assessoria teriam visitado o policial VÍTIMA do assalto dos quatro homens que vieram à óbito em confronto com a polícia. Como perguntar não ofende: por que não prestar solidariedade a quem teve sua arma e seus bens roubados, independente de ser um policial? Por que o deputado sergipano não propõe uma Moção para o agente vítima da violência dos marginais? Que tal, deputado?
Eis que ainda tinha a “PÉROLA” de João Daniel e sua assessoria: usaram na nota dados dos Anuário Brasileiro, do Fórum Brasileiro de Segurança e do Datafolha (SIC), para afirmar (é isso mesmo que você está lendo) que “A POLÍCIA SERGIPANA É A 2ª QUE MAIS MATA NO PAÍS” E QUE “51% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA TEM MEDO DA POLÍCIA”. E aqui, este colunista presta solidariedade a todo o efetivo que compõe as forças de Segurança de Sergipe, porque se tudo o que já havia sido dito ou feito não soou como desrespeito com as instituições, estas afirmações duras publicadas no BLOG PRIMEIRA MÃO, apenas para contrapor argumentos deste jornalista, merecem uma reflexão profunda!
Sem mais, deputado, a coluna conclui assegurando que sempre esteve do lado certo, do lado de quem defende e garante a segurança da nossa sociedade; com todo respeito, lugar de bandido é na cadeia, e lugar de bandido, branco ou negro, que enfrenta a polícia, não é entre nós! O respeito ao parlamentar e a seus assessores segue o mesmo, mas este “NOVO ERRO” o distancia ainda mais das forças de segurança! E, se é PESQUISA que eles usam como “BASE DE ARGUMENTAÇÃO”, basta qualquer leitor fazer uma “BUSCA” na internet e verificar as “AVALIAÇÕES” mais recentes sobre, por exemplo, a atuação do atual Congresso Nacional. Como dizem os mais jovens: “É MELHOR DEIXAR BAIXO”, deputado...
DIREITO DE RESPOSTA
Respeitando os princípios democráticos, éticos e do bom jornalismo, este colunista cede o DIREITO DE RESPOSTA requerido pelo deputado federal João Daniel (PT) que, incomodado com o texto – “Tiro no pé”! João Daniel e o “extermínio” do bom senso em Sergipe! Inicialmente o petista recorreu ao colega jornalista Eugênio Nascimento, do BLOG PRIMEIRA MÃO, para expor sua defesa e, em seguida, procurou o titular deste espaço para que suas considerações fossem publicadas. Desde a semana passada que João Daniel tem sofrido diversos questionamentos por diversos líderes das forças de Segurança de Sergipe, inclusive com críticas de outros comunicadores nas redes sociais, mas, ainda assim, o parlamentar possivelmente se sentiu incomodado com as colocações deste jornalista. A seguir o texto do petista na íntegra e os leitores que tirem suas próprias conclusões:
“Resposta ao jornalista Habacuque Villacorte
“Caro Habacuque Villacorte, sempre gostei de ler a imprensa do meu estado. Independente quem esteja por trás das linhas, seja pelo elogio ou críticas ao meu mandato. Mas ao ler seu último texto, intitulado “Tiro no pé! João Daniel e o ‘extermínio’ do bom senso em Sergipe!” me fez lembrar de como alguns colunistas têm extrapolado alguns limites éticos”.
“Você é livre para ter suas posições ideológicas e criticar qualquer político, está resguardado pela Constituição Federal, mas como diretor de Comunicação do Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE), um órgão responsável pela fiscalização da aplicação dos recursos públicos por parte dos governantes, você precisa repensar se é conveniente manter as críticas que tem feito a algumas prefeituras e políticos em geral. A imparcialidade, bem como a impessoalidade, são obrigatórias no exercício de função pública, para afastar vínculos nocivos”.
“Sobre suas acusações e juízo de valor, faço a sugestão para que você se abra ao debate e se norteie ao que foi dito e/ou formalizado. O país já sofreu muito com o governo anterior e sua horda bolsonarista adepta das fake-news, isso não pode caber no universo jornalístico, uma profissão digna que é formada, inclusive, para combater a desinformação”.
“Leia os requerimentos em questão ou até o excelente artigo do nobre advogado criminalista, Junior Oliveira, de título “entenda porque o deputado João Daniel não defende bandidos” que aborda o assunto. Não porque seu título cite o meu nome ou teça qualquer elogio, que não há, mas porque o texto foi capaz de contextualizar com seriedade o debate, os fatos e o que está em jogo”.
“Vou comentar algumas frases de seu artigo, como: “João Daniel não se retratou com as forças de segurança”. Caro Habacuque, não há o que se retratar porque não houve qualquer ataque. A Lei permite que haja diligências em qualquer procedimento, tal como proíbe os excessos. Uma averiguação feita beneficia a própria polícia que você alega defender, pois seu próprio texto elenca que “existem bons policiais e outros ruins também”, portanto, se os procedimentos seguiram os preceitos jurídicos, significa que a polícia está cumprindo com sua função. Isso seria ruim? Ruim talvez fosse desconsiderar os supostos excessos. Uma polícia abusiva é benéfica à sociedade? Qual o receio mesmo?”
“Depois você disse; “… tentando tirar algum benefício político às custas da Polícia”. Pelo tom do seu texto, é provável que saiba que este debate não apenas é espinhoso, como tem audiência. Tenho lido, todos, os artigos que saíram e, infelizmente, majoritariamente são carregados de fake-news, juízo de valor e desinformações. Inclusive ‘falando’ coisas que não falei, em nenhum momento. Ou seja, o fácil seria ignorar o tema e seguir meu mandato para não “ser metralhado”. O fácil… Mas eu não estou aqui para ser mais um, ou apenas um. A minha história é de luta, como você deve conhecer, imagino, ela vem da dificuldade, dos enfrentamentos em defesa dos desassistidos, dos pobres. É deste lado que estou! Não preciso “apanhar” dos setores mais reacionários e conservadores para fazer minha política, mas eu preciso enfrentá-los para defender minha coerência e minha dignidade”.
“Quando você diz “João Daniel poderia, por exemplo, lutar por mais recursos para investimentos em Segurança, por mais cursos e treinamentos, por uma polícia cada vez mais humana e ‘PREPARADA’”, deveria saber que um mandato que luta em defesa dos trabalhadores, luta por todos os trabalhadores, inclusive da Segurança Pública. Já destinamos emenda, inclusive, para aquisição de armamentos (sic). Coloca uma coisa na cabeça, Habacuque, nós não somos contra policiais, pelo contrário, como o demonstrado, estamos ao lado deles, porque são trabalhadores em condições adversas e precisam de apoio. Uma polícia bem treinada e capacitada irá beneficiar TODA a população… Toda a população! Isso inclui combater os excessos”.
“Por fim, ao afirmar que nossa ação seria “tentar jogar a população contra uma instituição que tem o respeito do povo!”, eu te convido a ter acessos aos dados estatísticos e pesquisas que te confrontam nessa afirmação. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a polícia sergipana é a 2ª que mais mata no país. Além disso, a última pesquisa realizada sobre o assunto, do Datafolha, revelou que, infelizmente, a maioria (51%) da população brasileira tem medo da polícia. Medo! Você acha isso saudável? Eu também não! Então dá tempo de você lutar pela defesa real da Segurança Pública, da verdade e, sobretudo, da Sociedade”.
“Abraços”
“João Daniel, Deputado Federal”
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