Talvez Wagner tenha ponderado que até os ministros do Supremo devem ter limites estabelecidos por lei, até para se preservar o Estado Democrático de Direito. Mas não é só isso! A maioria dos formadores de opinião, que levantaram suas vozes e redes sociais em meados do ano passado e ganharam espaços “generosos” na “grande mídia”, quando denunciavam queimadas na Amazônia, incêndios continuados na região pantaneira, hoje parecem viver num “silêncio ensurdecedor”! Pior é ter uma ministra da área, e da região Norte, extremamente omissa a tudo o que está ocorrendo por lá!
O “desmantelo” parece tão grande que, num dia, o governo anuncia uma portaria que mudava a regra para o expediente dos funcionários do setor de comércio aos feriados; diante da pressão dos empresários, o governo Lula se equipara a tudo aquilo que ele condenava e determina que o ministro do Trabalho revogue a portaria para que um “estudo” seja feito para ser apresentado e debatido no próximo ano! Nesse intervalo, cabe uma outra pergunta polêmica: os combustíveis continuam com preços elevados, após quase um ano de governo. Não era o PT quem condenava esses valores?
Mas ainda não é só isso! No “pós-pandemia”, depois do “fique em casa que a economia a gente vê depois”, muitos empregos continuam prejudicados com o fechamento de postos no mercado de trabalho. E agora, mais recentemente, a “cereja do bolo”: Lula decide vetar, integralmente, a proposta que prorroga a desoneração da folha de pagamento, colocando o País sob o risco de uma forte desaceleração econômica, isso com a indústria e o comércio ainda tentando superar os efeitos da crise, medida do governo que além de atrapalhar a geração de empregos, ainda derruba a arrecadação.
E, como perguntar não ofende, como atrair grandes investidores em um cenário de profunda instabilidade econômica? Será que essa medida do governo Lula não vai afetar a arrecadação já “combalida” de Estados e Municípios? Será que não teremos produtos mais caros e uma “inflação pujante”? Se até alguns sindicatos estão reclamando e temendo pelo risco do fechamento de postos de trabalho no País? Voltando ao STF, a impressão é que Lula não sabe exatamente o que fazer: se aperta o Congresso pelo recuo da proposta ou se soma à tese para limitar o Supremo.
É evidente que, pelo perfil em outros cenários de seus governos, Lula está avaliando, politicamente qual a melhor medida, mesmo que lá na frente sua decisão possa reunir consequências prejudiciais para todos. É o tal “colocar a política em primeiro lugar”, sem priorizar o que é mais importante: o povo! Em síntese, Lula prometeu demais em 2022 e, após quase um ano de governo, cumpriu bem menos do que se esperava dele. Sua gestão é toda “fatiada” e, para garantir a governabilidade, é possível que ele venha a dividir “o bolo” ainda mais em breve. Não foi isso o prometido na campanha…
Fonte: Faxaju (coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte)
Nenhum comentário:
Postar um comentário