Em depoimento à Justiça, em agosto de 2018, uma frentista informou que havia um esquema de “troca de moedas” no posto de combustíveis em que policiais militares abasteciam viaturas policiais de maneira irregular. De acordo com o relato, o suposto esquema funcionou de um ano e meio a dois anos, da seguinte forma: os militares iam ao posto com o ‘valecard’ para, supostamente, abastecer o veículo.
No entanto, conforme relatos da testemunha, o valor era debitado do cartão e o militar recebia a quantia em dinheiro, mas sem colocar uma gota de combustível no tanque. A testemunha confirmou o envolvimento de uma funcionária do posto, que atuava como operadora de caixa, e recebia um percentual pela participação no suposto esquema.
O advogado Aloísio Vasconcelos, que atua na defesa do militar, nega todas as acusações. Segundo ele, durante o processo cerca de 16 pessoas foram ouvidas e afirmaram não reconhecer ou presenciar qualquer ato que ligasse o militar a esse suposto esquema.
O advogado explica ainda que o sargento nunca esteve envolvido em tratativas ilegais. “É importante destacar que, na época, a função do sargento era puramente técnica. Ele não tinha acesso a computadores, nem participava do cadastramento de viaturas. Sua responsabilidade era apenas receber viaturas danificadas e levá-las para as oficinas”, explica.
Ainda de acordo com o advogado, o julgamento será conduzido por quatro juízes militares e um juiz de direito, e terá duração estimada de cinco a dez horas. “O Ministério Público falará por três horas, seguido pela defesa por mais três. Haverá ainda a possibilidade de réplica e tréplica, mas não sabemos se o MP fará uso desse recurso. A defesa está tranquila e confiante, considerando as inúmeras contradições que surgiram no processo. Vale ressaltar que não há qualquer prova pericial que aponte enriquecimento ilícito por parte do sargento ou de sua família. Essas informações precisam ser consideradas para que a verdade prevaleça.”, informou.
Fonte: Infonet (João Paulo Schneider)
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