Durante a operação, foram cumpridos nove mandados judiciais, incluindo mandados de prisões preventivas, buscas e apreensões, internação de adolescente, medidas cautelares diversas da prisão, além de bloqueios judiciais, resultando na recuperação de ativos destinados a reparar os prejuízos sofridos pelas vítimas.
A investigação que desencadeou na “Operação Depósito a Conferir” constatou que o grupo fez vítimas em todo o Estado de Sergipe e tinha como principal autor um homem residente na cidade de Itabaiana, sendo os demais integrantes moradores dos municípios de Aracaju e Campo do Brito.
O inquérito policial mostrou que eles utilizavam comprovantes falsos de pagamento, gerados a partir de depósitos de envelopes vazios, e identidades fictícias, para enganar centenas de pessoas, especialmente em negociações de veículos e bens de alto valor. Até o momento, 43 boletins de ocorrência foram confirmados, mas as investigações indicam que o número de vítimas ultrapassa 100, com perdas estimadas em R$ 544 mil.
A investigação contou com o apoio de diferentes órgãos, incluindo a Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol), o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LABLD), o 3º Batalhão da Polícia Militar e a Guarda Municipal de Itabaiana.
A operação garantiu o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de veículos e imóveis pertencentes aos envolvidos. Esses ativos serão utilizados para ressarcir as vítimas dos golpes.
Líderes presos e esquema desarticulado
Os principais alvos da operação foram presos preventivamente. O homem apontado como o líder do esquema criminoso utilizava plataformas digitais para fraudar negociações e contava com a ajuda de um comparsa, que transportava e revendia os bens adquiridos de forma ilícita, e de um terceiro suspeito, responsável por ocultar os produtos em locais estratégicos.
As investigações revelaram que o grupo utilizava-se de diversos aparelhos celulares para articular os crimes, alternando entre dezenas de chips para dificultar a rastreabilidade. A preferência por veículos e itens de alto valor evidenciou o planejamento sofisticado das ações, que resultaram em um impacto expressivo na comunidade local.
Dentro da operação, uma mulher foi detida e teve sua liberdade restrita por monitoração eletrônica. Segundo levantamento policial, ela teria contribuído para a lavagem de dinheiro, ao registrar bens em seu nome e simular vínculos empregatícios com o líder do grupo, objetivando ocultar e dissimular a origem dos recursos ilícitos.
Orientação a outras vítimas
A Polícia Civil de Sergipe orienta que outras possíveis vítimas da associação criminosa, ainda não identificadas, entrem em contato com as autoridades. Assim, caso a pessoa tenha sido alvo de golpes envolvendo o grupo, com negociações de veículos ou transações realizadas mediante comprovantes de pagamentos que não foram concretizados, é indicado que procure a Delegacia Regional de Itabaiana para registrar o boletim de ocorrência e fornecer informações que possam contribuir com as investigações, inclusive para assegurar possível reparação patrimonial.
A colaboração das vítimas é fundamental para garantir a total reparação dos danos causados e fortalecer as ações contra organizações criminosas. Denúncias também podem ser feitas de forma anônima, por meio do Disque-Denúncia, pelo número 181.
Fonte: SSP/SE
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