O prédio da delegacia de Santa Luzia (Fotos: internauta/divulgação)
Quatro meses após matéria especial que mostrou a insatisfação de delegados em relação aos prédios de delegacias de polícia, principalmente no interior do Estado, o Portal Infonet volta a abordar o assunto o tema e constata a mesma situação. Na manhã desta segunda-feira, 5, foram encaminhadas à redação várias fotos que mostram que o problema continua grave e coloca em risco a saúde dos policiais que atuam em prédios em condições de insalubridade, apresentando mofo nas paredes, dormitórios improvisados em salas com fiação exposta e até mesmo refeitório inadequado.
Em Divina Pastora, município distante 39 km da capital sergipana, o prédio é improvisado e as instalações não oferecem condições de receber a população de maneira digna. Janela e portas da delegacia são escoradas por uma barra de ferro. No refeitório não existe um local adequado para armazenar os alimentos. Como resultado, produtos de limpeza são guardados próximos à alimentação.
A delegacia de Divina Pastora não oferece estrutura para atendimento
“Nós estamos batendo na mesma tecla e nada muda, faltam investimentos na segurança pública. Não estou aqui falando em salário, a nossa reivindicação é em relação a melhores condições para os policiais trabalharem e atenderem a população. Dessa forma, como estão expostos, os policiais não conseguem ter estímulo para trabalhar. A situação é degradante e humilhante”, observa o gestor da Associação dos Militares de Sergipe (Amese), sargento Edgar Menezes.
“Além do mais, em Divina Pastora os policiais estão há mais de 30 dias pagando a alimentação do próprio bolso porque as refeições não chegam”, acrescenta Menezes.
O problema também aparece na delegacia de Santa Luzia do Itanhy, distante cerca de 75 Km da capital. Por lá, o prédio da delegacia foi transferido para uma unidade de saúde. O prédio completamente depredado não oferece estrutura para desenvolver os trabalhos. O alojamento dos militares e civis foi improvisado em uma pequena sala onde funcionava um consultório ginecológico.
Em Divina Pastora os alimentos são armazenados em local inadequado
“Esse prédio está infectado de caramujos. Infelizmente, se não fosse trágico seria cômico porque quem chega nessa delegacia a procura de ajuda é capaz de ajuda os policiais que não conseguem trabalhar por falta de condições”, reforça o gestor da Amese.
Edgar Menezes lembra que em 90% das delegacias a segurança pública é feita por policiais militares que atuam no local. “O problema é que esses abnegados policiais não conseguem fazer nada sem estrutura. Tem policiais que ficam doentes porque recebem a crítica da sociedade e não podem fazer nada. Tanto em Santa Luzia quanto em Divina Pastora, o efetivo é de um militar, número insuficiente para atender as demandas da população”, frisa.
A equipe do Portal Infonet manteve contato com o Coordenador das Delegacias do Interior (Copci), delegado Jonathas de Oliveira Evangelista, que explicou que as duas delegacias fazem parte do projeto Sergipe Cidades da Secretaria de Planejamento. Jonathas disse que a delegacia de Divina Pastora será construída em um terreno, localizado na entrada da cidade. Já a delegacia de Santa Luzia será reformada. Ainda segundo o coodenador da Copci, os projetos estão em andamento.
Fonte: Infonet (Kátia Susanna)
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