terça-feira, 17 de janeiro de 2012

CABO PM EDIANA IRÁ A JULGAMENTO NO DIA 20.

São várias as formas de violência contra a mulher no ambiente de trabalho, na seara da Segurança Pública o sistema é ainda mais desigual e cruel.

No próximo dia 20 de janeiro, a policial militar há mais de 15 anos, Ediana Barbosa de Oliveira, será ouvida por um tribunal militar, pelo crime de abandono de posto. O suposto crime ocorreu no dia 03 de abril do ano passado, quando após 17 horas ininterruptas de serviço, a policial foi até sua casa utilizar o banheiro e retornando ao PAC recebeu a informação que deveria ligar para o Cap. Donald . Ao efetuar a ligação, Ediana recebeu do oficial voz de prisão em flagrante por abandono de posto (Segundo o artigo 195 do Código Penal Militar, pratica crime o militar que: “abandonar, sem ordem superior, o posto ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo: Pena – detenção, de três meses a um ano.” ), embora tenha avisado aos colegas de serviço aonde iria. O detalhe importante a ser observado nesse caso é o de que inexiste banheiro ou alojamento feminino no Posto de Atendimento ao Cidadão do Conjunto Eduardo Gomes e a casa da policial está localizada a menos de 200 metros do posto. Além disso, havia oito policiais militares do sexo masculino que utilizavam as mesmas instalações que Ediana durante as 24h de serviço.

Durante a prisão em flagrante, Ediana foi conduzida em uma viatura policial até o Presídio Militar, onde também não pode ficar por inexistir instalações para o efetivo feminino, o que soa no mínimo incoerente se considerarmos o motivo pelo qual foi realizada a prisão. Após três dias, o advogado Gerson Carvalho conseguiu Habeas Corpus para a PM, mas o processo teve segmento e o julgamento, no qual se condenada ela poderá cumprir uma pena de três meses a um ano, ocorrerá no dia 20.

O único “crime” cometido por Ediana foi nascer mulher e querer servir a uma instituição que parou no tempo ao não se adequar para receber com dignidade a todos os seus trabalhadores. Por isso a Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública em Sergipe – ASIMUSEP-SE, convida a sociedade, a imprensa e aos organismos sociais que vislumbram uma sociedade igualitária a apoiar a luta contra essa injustiça.

Fonte: Faxaju/Ascom ASIMUSEP-SE

Um comentário:

  1. Se a M de Sergipe não tem condições de abrigar em suas filheiras soldados e oficiais mulheres, por falta de estrutura física, deve suspender imediatamente o trabalho das mesmas dentro da corporação ATE AS CONDIÇÕES MÍNIMAS DE CONVIVÊNCIA sejam dadas.ISSO E LEI SENHOR COMANDANTE!

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