Está sendo divulgado na grande mídia que treze bombeiros militares do Rio de Janeiro (CBMERJ) serão demitidos em virtude de participação no último movimento reivindicatório da categoria. Embora o Rio não tenha vivido momentos de caos como ocorrera na Bahia, em que policiais participantes do movimento foram acusados de propagar atos ilegais durante a paralização da categoria, o governo carioca agiu de modo explicitamente repressor à greve: deixou claro que não admite que os (semi)trabalhadores da segurança pública reivindiquem direitos e melhorias.
Certamente não há duvidas de que medidas do tipo geram insatisfação na tropa: é preciso escolher entre ser policial ou bombeiro militar e ter sua cidadania plena, já que a limitação de direitos não possui uma obrigação governamental correspondente, evitando degradação das condições de trabalho. Tolher policiais e bombeiros a realizar “articulação em manifestações de caráter político-partidário”, aplicando-lhes a pena máxima da administração (a demissão) por isso é a marca das contradições internas às polícias brasileiras, que ao mesmo tempo propagandeiam e cobram de seus homens e mulheres um perfil cidadão, comunitário e flexível com a sociedade.
Na Bahia, alguns policiais permanecem presos, embora boa parte dos detidos desde o movimento tenham sido libetados do cárcere – ainda respondendo a processo. Entre os últimos acontecimentos, destaque-se a divulgação de um “suposto fac-simile“, que complementa a conversa exibida no Jornal Nacional entre participantes do Movimento grevista na corporação. Lembrem:
A seriedade e rigor encenado pelos apresentadores são dignos da parcialidade praticada pela mesma emissora à época das eleições em que foi eleito o ex-presidente Collor (em desfavor do ex-presidente Lula, do mesmo Partido dos Trabalhadores que hoje governa o país), pelo menos se lermos o que diz o documento que está sendo divulgado:
Se a publicidade deste fac-simile não dá carta branca a quem quer que seja, por outro lado, justifica o uso incisivo do termo “manipulação” para a matéria exposta acima. A esta altura, chega a ser ingênua a pergunta pelas intenções da emissora ao praticar tal “descuido”.
Aos governos, importa que “a paz fora restituída”, “a ordem está mantida”, “a população está segura”. Depois da tempestade…
PS: Quem repudia o jogo de poder feito por emissoras através da manipulação de sua audiência pode se sentir um pouco regozijado com o direito de resposta concedido a Leonel Brizola em 1994, após ter sido atacado pelo… Jornal Nacional.
Fonte: Abordagem Policial (Danillo Ferreira)
SORRIA!
ResponderExcluirVocê está sendo manipulado pela Rede Globo.