O vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal, sargento Manoel Sansão, afirmou na manhã desta terça-feira (4) que a categoria vai recorrer da decisão do Tribunal de Justiça determinando o fim da operação tartaruga. A associação foi notificada no final da tarde desta segunda.
Segundo o sargento, os militares acatarão a ordem mesmo sem concordar com a decisão e, por isso, continuarão com a mobilização.
Ele afirmou ainda que os policiais "foram esquecidos" pelo governador Agnelo Queiroz. "[Os PMs] querem e vão mostrar a verdadeira cara deste governador que promete mas não cumpre e não honra com seus compromissos", disse Sansão.
Nesta terça, policiais militares favoráveis à operação tartaruga têm uma audiência pública marcada na Câmara dos Deputados com os parlamentares do DF. Na quarta (5), o grupo se reúne com parlamentares na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
'Gente do governo'
Na segunda, o vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do Distrito Federal afirmou que os policiais partirão para outra forma de manifestação após a decisão da Justiça pôr fim à operação tartaruga.
“Vamos acatar, porque a gente respeita a Justiça. Só que aí vamos partir para outras operações. Vamos abordar todo mundo, inclusive gente do governo que a gente sabe que está irregular. Vamos colocar a criminalidade no zero. Vamos encher as delegacias. Não é isso que o governador quer? Então pronto. Então vamos ajudar a sociedade. Já que o governador não tem compromisso com os policiais e bombeiros, nós vamos mostrar que temos com a sociedade”, disse.
Ele não disse quem eram as pessoas que ele chamou de "gente do governo" nem quais eras as irregularidades supostamente cometidas por elas. Na quinta-feira passada, durante reunião do governador com a cúpula da segurança, Agnelo classificou a manifestação dos PMs de "política".
Operação tartaruga
Sem reajuste salarial, PMs do DF deflagraram em outubro a "operação tartaruga", enfraquecendo o policiamento ostensivo para cobrar aumento do salário, reestruturação da carreira e pagamento de benefícios aos que estão em atividade e reformados. Neste fim de semana, o Tribunal de Justiça acabou o pedido do Ministério Público para que a operação fosse declarada ilegal. O descumprimento da decisão tem como pen multa diária de R$ 100 mil.
Na última sexta, o governador Agnelo Queiroz reuniu a cúpula da segurança pública do DF para pedir que eles cobrem da tropa o cumprimento das atividades. Também entre as medidas para diminuir a sensação de insegurança, ficou determinado que os oficiais iriam as ruas, atuando junto à população e fiscalizando as atividades dos praças.
Fonte: G1 DF
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